Fortaleza - Para fugir de uma crise, nada melhor do que a vitória. É assim no dia-a-dia de qualquer ser humano ou empresa. É assim também no futebol. Em apenas noventa minutos, o Ceará parece ter reencontrado a paz que tanto buscava para ainda sonhar com o título estadual de 2001. O time venceu o Itapipoca por 3 a 2 e está próximo de garantir a classificação para às semifinais. Além disto reconquistou o carinho da torcida e conseguiu reagrupar os dirigentes alvinegros.
Os últimos sete dias foram de derrota em Porangabuçu. Vários atletas rescindiram contrato e o atacante Zezinho, até então ídolo da torcida, desentendeu-se com a diretoria e foi embora. Nem o treinador Júlio Espinosa suportou e pediu demissão. Mas bastou o time entrar no estádio Carlos de Alencar Pinto, ontem à tarde, para se prever que a chance de tudo acabar era aquela.
De um lado um adversário já rebaixado para a Segunda Divisão em 2002. Do lado de fora, nas pequenas arquibancadas, a torcida alvinegra dando total apoio. Era o cenário ideal. O treinador Adilton Rodrigues, efetivado no cargo, parecia um monge budista tamanha a tranquilidade. Na beira do gramado, chamava o jogador para perto de si quando queria dar instruções. Nada de gritos ou gestos exagerados.
Também não precisava. O Ceará dominou quase todo o 1° tempo. Logo aos 6 minutos, no terceiro escanteio do time, o zagueiro Mazinho apareceu sozinho na área para abrir o placar. Na comemoração abraçou fortemente Adilton. Era o sinal da união do elenco. A pressão alvinegra continuou e Lulinha ampliou a vantagem aos 27 minutos.
A previsão de uma goleada redentora cresceu quando Jairo Lenzi, de pênalti, fez o terceiro. A comemoração era ainda maior nas arquibancadas a cada gol que o Juazeiro fazia sobre o rival Fortaleza, no estádio Romeirão. O Itapipoca ainda tentou estragar a festa alvinegra e marcou dois gols, pondo um fim à sonhada goleada. ``Precisávamos desta vitória para tranquilizar o elenco. Agora é garantir a classificação contra o Boa Viagem'' colocou Adilton.