Rio - O torcedor que esteve neste sábado no Estádio Rei Pelé, em Maceió, voltou para casa decepcionado. Flamengo e Cruzeiro apresentaram um futebol sofrível e não saíram do 0 a 0, na primeira partida pelas semifinais da Copa dos Campões. Com o resultado, as duas equipes jogarão pela vitória simples no segundo confronto, nesta quarta-feira, em João Pessoa, para garantir uma vaga na final do torneio. Caso persista o empate, o classificado será conhecido após as cobranças de pênaltis.
Muita disposição com pouca objetividade. Esta foi a tônica do primeiro tempo. As duas equipes se concentraram no meio-campo, trocaram passes desnecessários e não conseguiram empolgar o bom público presente ao Rei Pelé. O Flamengo dava mostras de que queria logo a vantagem, mas acabou esbarrando no posicionamento seguro da defesa adversária. Diante deste quadro sobraram apenas bons ataques esporádicos de lado a lado.
E o que assustou primeiro foi o Cruzeiro. Aos 15 minutos, o zagueiro rubro-negro Fernando furou feio e a bola sobrou para Oséas, que invadiu a área, livre de marcação, mas parou numa grande defesa de Júlio César. O grande momento não teve seqüência e, somente aos 32, a equipe mineira conseguiu assustar novamente, numa falta cobrada por Sérgio Manoel, rente à trave.
Mesmo sem reencontrar o seu melhor futebol, o Flamengo teve a seu favor duas boas oportunidades, ambas com Petkovic e em cobranças de falta idênticas: na tentativa de servir um companheiro na área, o iugoslavo acabou acertando o travessão, para desespero do goleiro André. Mas o Rubro-Negro não emplacava e por pouco não foi para o vestiário em desvantagem. Aos 45, Sorín cruzou da linha de fundo para Marcelo Ramos, que por um fio não mandou para a rede.
Os perigos que o adversário oferecia pareceu mexer com o Flamengo na volta do intervalo. A equipe tentou forçar um ritmo forte no início do segundo tempo, tanto que Beto assustou André, num chute perigoso da entrada da área. Mas a empolgação foi passageira. O Cruzeiro não se abalou com o susto, adiantou a marcação no campo adversário e explorou os contra-ataques. No entanto, sem o mesmo sucesso com que freava o Rubro-Negro.
A partida transcorria sem muita emoção. Assim, restava ao talento individual uma forma de uma equipe surpreender a outra. E ele apareceu nos pés de Petkovic, que deu um passe preciso para Rocha. Mas o cabeça-de-área, sem muita intimidade com o gol, perdeu uma grande oportunidade, aos 22, na marca do pênalti. A grande chance não foi suficiente de motivar os jogadores em busca do ataque. Os dois times insistiam em concentrar suas jogadas pelo meio-campo, o que dificultava ainda mais as ações.
Aos 35, o confronto ficou nervoso com as expulsões de Alessandro e Sorín, que se desentenderam desnecessariamente na lateral do campo. Para piorar, os dois treinadores mexeram mal nos seus times, contribuindo para o placar em branco. O Flamengo ainda teve a última chance de vencer com Edílson, que desperdiçou na pequena área o gol que daria a vitória ao Rubro-Negro, aos 40. Antes de terminar a partida, Ricardinho foi expulso após agarrar Edílson, deixando o Cruzeiro com mais um desfalque para o segundo jogo.