Porto Alegre - O técnico Luiz Felipe Scolari voltou da Colômbia convencido que o grupo de jogadores do Brasil na Copa América merece um crédito de confiança. A maioria deles continua em seus planos para as Eliminatórias. O jogo contra o Paraguai, em 15 de agosto, em Porto Alegre, ganhou peso de final de Copa do Mundo.
Garante que tirou lições positivas da Copa América e diz que elas servirão para o futuro. Reconheceu deficiências, mas nada que mereça reação tão negativa dos críticos. Felipão não fechou as portas da Seleção para Mauro Silva, que se recusou a viajar à Colômbia. Mas vetou Rivaldo para o jogo contra o Paraguai. Luiz Felipe fala sobre a Seleção.
Conversa olho no olho
“Não estou magoado com o Mauro Silva, ele não está afastado da Seleção. Pretendo conversar com ele, olho no olho, pra que me explique por que desistiu de viajar à Colômbia. Não quero fazer nenhum tipo de pré-julgamento. Com relação ao Rivaldo, não adianta convocá-lo agora. Ele recém voltou a treinar no Barcelona, está fora de forma.”
Cozinha está arrumada
“A Copa América foi um laboratório. O esquema com três zagueiros foi visto e aprovado. O grupo ficou fechado, tivemos bons momentos e evoluímos no decorrer dos jogos, contra México, Peru e Paraguai. No segundo tempo contra Honduras, estávamos bem até levarmos o gol. Conseguimos algumas conquistas, como a aprovação do esquema com três zagueiros e a união do grupo, que demonstrou muita vontade e disciplina. Nossa primeira tarefa foi arrumar a casa e começamos pela cozinha, que é a defesa. Ficamos mais fortes com os três zagueiros. O ataque é que precisa melhorar.”
Tanta cobrança assusta
"Não esperava tantas cobranças. Fico assustado com as que não são corretas, Ser cobrado é normal. Temos que entender quem cobra se a atuação é ruim. Mas no momento em que se avacalha um jogador é difícil ele se recuperar. Muita gente não sabe que muitos dos jogadores que estavam na Colômbia não tiveram férias e os que jogam nos Exterior não fizeram nem a pré-temporada em seus clubes. Os jogadores não podem ser cobrados por problemas estruturais do futebol brasileiro. Hoje, não sabemos se vai ter campeonato, é liminar da Série A, liminar da Série B.”
Um clube chamado seleção
“Seria bom a Seleção funcionar como um clube, que tem um ano todo para trabalhar, um grupo de atletas que não muda a toda hora, que pode alternar bons e maus momentos. Sei que muitos depositam a confiança em mim pelo trabalho que foi feito nos clubes, mas são trabalhos diferentes. Estamos tentando fazer um trabalho de clube na Seleção.”
Caldeirão no Olímpico
“É fundamental que esse jogo contra o Paraguai seja em Porto Alegre. Temos uma identidade muito grande com o Rio Grande do Sul e sempre recebemos muito carinho em outras oportunidades em que a Seleção esteve aqui. Os gaúchos têm que nos dar uma mão e valorizar a prata da casa, que somos nós. Embora a seleção do Paraguai tenha um time qualificado, temos de transformar o Estádio Olímpico num caldeirão.”
No calcanhar do zagueiro
“ O grupo é esse, não tem outro. Algumas modificações serão feitas. Pode ter uma ou outra novidade. Vamos avaliar a situação dos estrangeiros, temos alguns jogadores voltando de lesão. A defesa não tem problema. O meio está instável e precisa de uma saída de bola mais qualificada. Também não sei se vou poder contar com o Emerson. É preciso esperar que punição ele vai ter por ter sido expulso contra Honduras. No ataque temos problemas de finalização, a bola bate no calcanhar do zagueiro, em cima do goleiro. Preciso de tempo e da paciência do torcedor”.