Rio - O deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), presidente do Vasco, encaminhou ofício nesta terça-feira à CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, se colocando à disposição para prestar depoimento em seu gabinete no dia 11 de setembro. Mas os senadores não vão aceitar o pedido de Eurico, que como parlamentar tem como prerrogativa o direito de sugerir o local e a data do depoimento.
Segundo uma fonte da CPI do Senado, os senadores aceitaram a data de 11 de setembro, mas não o local sugerido por Eurico. Esta fonte lembrou que o gabinete de um deputado não consegue comportar todos os membros da Comissão, além de assessores e imprensa.
"O Eurico se diz tão macho mas está querendo transformar o depoimento dele num ato sigiloso. Só quem pode definir o sigilo de um depoimento é o presidente da CPI. A CPI não vai aceitar isso, pois o depoimento tem que ser dado em local público", afirmou a fonte, que também descartou a hipótese do deputado propor depor no Rio de Janeiro.
Nesta terça-feira o presidente da CPI, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), e o relator, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), vão se reunir com o presidente da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG). Os senadores vão entregar a Aécio uma representação contra Eurico. No documento estarão queixas contra o fato de assessores da CPI terem sido recebidos de forma violenta em São Januário, quando foram apreender livros da contabilidade do Vasco. Também fazem parte da representação as denúncias contra Eurico envolvendo apropriação indébita, falsidade ideológica e crimes eleitorais e contra a ordem tributária.