Por Alexandre Rodrigues
Direto de Porto Alegre – Vai ser literalmente um jogo em casa. Nesta quarta-feira, o técnico Luiz Felipe Scolari vai comandar a Seleção Brasileira no mesmo Estádio Olímpico onde é uma espécie de deus. Para o torcedor gaúcho, trata-se do melhor treinador do Brasil. Mais: de um técnico tão popular entre a torcida do Grêmio que só agora, quase cinco anos depois de sua saída e com a conquista da Copa do Brasil, não se houve mais pedidos para a sua contratação.
Bastava um passeio ao lado do técnico há duas semanas para se perceber a diferença em relação ao resto do país. Enquanto era muito criticado por causa da derrota do Brasil para Honduras, na Copa América, ele teve dias de ídolo em Porto Alegre. Tirou fotos e recebeu homenagens e reverências até da imprensa.
Também pesa a favor do treinador a convocação "caseira" para a partida contra o Paraguai. O gremista Tinga, Eduardo Costa, ex-Grêmio, Lúcio, ex-Inter, e até o preparador físico Paulo Paixão são identificados com a torcida local. Quando a presença de Tinga foi criticada na semana passada, colunistas de jornais saíram em defesa do jogador gaúcho. Ataques a Romário – cuja convocação era cobrada no Rio e em São Paulo – também eram facilmente encontráveis nas páginas de jornais.
A identificação com o atual treinador da Seleção já gerou outros episódios. Os torcedores gaúchos, principalmente do Grêmio, nutrem ódio pelo treinador Wanderley Luxemburgo por causa dos confrontos entre o clube e o Palmeiras no início da década de 90. E, ironia, quando o mesmo Scolari estava no Palmeiras, era comum que seu nome fosse gritado pelos adversários quando seu time jogava no Rio Grande do Sul. Sinal de que mesmo uma derrota dificilmente vai abafar os aplausos ao treinador no Estádio Olímpico.