São Paulo - Mal começou o Brasileiro e o Corinthians está cansado de ser a vedete da competição. Incomodado para ser mais exato. Pela tabela do torneio, a equipe mantém uma grande seqüência de partidas aos domingos, fora de casa na maioria, e às quartas-feiras, já que foi escolhida para encabeçar os jogos com transmissão pela TV.
Mesmo sem contestar o acordo firmado entre os clubes e a "TV Globo", detentora dos direitos do Brasileiro, o técnico Wanderley Luxemburgo listou nesta segunda-feira uma série de problemas decorrentes da superexposição corintiana na mídia. “Há quanto tempo não consigo dar um dia de folga para os jogadores? Você tem que ter um dia de folga entre um jogo e outro. O tempo de recuperação tem sido muito curto”, acredita Luxemburgo, em referência à rotina de viagens a que a equipe está sendo submetida.
“Fomos a Recife. De lá para Minas e, depois, Salvador”, lembra.
Nas quatro últimas rodadas do torneio, o Corinthians perdeu as três que realizou longe de casa e empatou a única que jogou em São Paulo. “Nossos adversários são espertos e, como estamos sempre na TV, nos estudam. Não existe mais surpresa para eles”, afirma o treinador.
Jogar longe da torcida aos finais de semana é outro efeito negativo apontado pelo técnico corintiano. “O nosso torcedor é importante nesse projeto (de reformulação) porque ele faz com que o jogador amadureça. Mas essa é a regra do jogo”.
Uma das reclamações pontuais de Luxemburgo é o horário da partida de amanhã, contra o Gama: duas e meia da tarde. “Não entendi por que não podemos colocar a partida mais tarde. Acredito que não seja problema de iluminação, já que já jogamos com gerador. Deve ser problema de TV”.
Em meio a tamanha choradeira, o vice-presidente de futebol do Corinthians, Antonio Roque Citadini, tenta ser o mais frio possível na análise. “O Corinthians é o clube que mais dá audiência. São Paulo e Palmeiras vêm em segundo e terceiro lugares. É evidente que o time fica exposto e isso tem nos causado certos transtornos. Todos sabem as nossas jogadas... Mas é o preço que temos de pagar”, avalia Citadini.