São Paulo - O tal "amigo Daniel", que teria oferecido o técnico Wanderley Luxemburgo ao presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, para assumir o comando do clube mineiro, é o empresário Daniel Pereira, que confirma a história, mas não vê nada de antiético no que fez.
“Sou um agente profissional do futebol e analiso o momento dos clubes. Vi que o Cruzeiro trocaria de treinador e que o Wanderley não vivia um bom momento no Corinthians. Como o Cruzeiro é meu cliente e o Wanderley é meu amigo, entrei em ação”, explica Daniel.
A questão levantada nos últimos dias é que o próprio Luxemburgo, por intermédio ou não de uma pessoa, teria se oferecido ao Cruzeiro para se valorizar e ganhar aumento salarial do Corinthians.
“O Wanderley se ofereceu indiretamente por um amigo chamado Daniel, que me telefonou”, afirmou Zezé Perrela, na Rádio Jovem Pan.
O presidente do Cruzeiro também teve três contatos telefônicos com Luxemburgo, quando, num deles, ouviu do treinador a sua disposição de sair do Corinthians. “Ele me disse que estava se desligando do Corinthians e que tinha até uma carta pronta para entregar à direção”, completa Perrela.
Wanderley não nega, mas descarta que isso tenha sido uma artimanha para receber aumento. “Passei a carta para o Alberto Dualib (presidente do Timão) com o meu descontentamento com aquela situação que estava enfrentando. De fato, não vinha satisfeito e estava propenso a sair. Falei que não continuaria e ele me disse: "Você não sai!". Só não podem falar por aí que me ofereci ao Cruzeiro e ao Palmeiras para pedir aumento”, completa Wanderley Luxemburgo, que depois de uma reunião com a cúpula do Corinthians e da Hicks Muse disse "não" aos mineiros.