Rio - Entre tapumes, arames farpados pendurados e cheiro de esgoto, a evasão de associados. Clube de maior torcida do Brasil com 35 milhões de apaixonados, o Flamengo vive uma dura realidade em seu quadro social. Desde o início do segundo mandato do presidente Edmundo dos Santos Silva, aproximadamente seis mil sócios deixaram de contribuir e, mais do que isso, de freqüentar a Gávea.
Mas o motivo da debandada dos associados deve-se não só ao monte de obras paradas que se vê hoje na Gávea, mas também ao aumento de 75% das mensalidades efetuado pelo presidente rubro-negro. Prevendo pagar metade do 13º salário dos funcionários, a diretoria do clube, em julho, aumentou as mensalidades do sócio contribuinte, por exemplo, de R$ 40 para R$ 70.
O aumento do índice de inadimplência é ainda mais alarmante quando comparado aos da gestão de Kléber Leite. Depois de chegar a 40 mil sócios com as mensalidades em dia, o ex-presidente passou o bastão para Edmundo dos Santos Silva, em 99, com 18 mil.
E a inadimplência obrigou a diretoria atual a travar uma verdadeira guerra com associados que não pagavam, mas ainda freqüentavam o Rubro-Negro. As antiquadas carteiras de plásticos foram aposentadas, dando vez aos cartões magnéticos; e as roletas deixaram passagem para as catracas eletrônicas. Sem mensalidade paga, acesso proibido.
"Adotamos uma série de medidas de fiscalização. Os inadimplentes estavam tendo facilidade de ingressar no clube", disse a respeito o vice-presidente de patrimônio, Brasil dos Santos.