Rio - Adversária do Brasil na penúltima rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, a seleção boliviana vem passando por uma crise estrutural. Os jogadores reclamam que a Federação Boliviana de Futebol (FBF) não presta nenhum tipo de assistência ao grupo que está treinando em La Paz e na manhã desta quarta-feira, poucas horas antes de enfrentar a Seleção Brasileira, alguns jogadores resolveram desabafar com a imprensa, com a garantia de que não teriam suas identidades reveladas.
A partida será realizada às 22h. O técnico Luiz Felipe Scolari armou um esquema defensivo, sem nenhum jogador de presença na área.
Já os jogadores boliviano se queixaram que não existem uniformes para todos e que a FBF sequer mandou uma equipe de apoio para acompanhar a seleção. Além disso, a reclamação é que depois do jogo-treino contra o Iberoamericano, no domingo passado, eles tiveram que voltar suados para o hotel pois não tinha água no vestiário do campo que estava sendo usado.
“Antes nós tínhamos toda uma estrutura. Agora falta até agasalho para combatermos o frio de La Paz. É uma vergonha. Não podem tratar assim uma seleção”, afirmou um dos atletas.
Único atleta a se identificar, o meia Julio César Baldivieso já tinha reclamado da falta de uniformes na seleção. Alberto Lozada, gerente da FBF, não desmentiu a falta dos uniformes, mas criticou a postura dos jogadores.
“Em cada convocação pedimos que os jogadores tragam parte do material que receberam na convocação passada. Pois eles pegam o material e levam. Chega um hora em que o nosso estoque termina”, afirmou Lozada.
A falta de profissionalismo da seleção boliviana poderá trazer problemas imediatos para o grupo. Alguns jogadores admitem deixar a concentração após o jogo contra o Brasil e não enfrentar o Peru, na próxima semana, pela última rodada das Eliminatórias. Baldivieso deverá ser o primeiro a abandonar o barco.