Buenos Aires - O ex-jogador Diego Maradona propôs nesta sexta-feira que a seleção argentina continue utilizando a camisa número dez se a sua retirada gera problemas entre a Associação de Futebol Argentino (AFA) e a Fifa.
"O único que quero é que o futebol argentino fique tranqüilo e que, se isto serve à polêmica, que a continuem usando", disse o ex-jogador.
O presidente da AFA, Julio Grondona, decidiu aposentar a camiseta número dez da seleção de seu país em homenagem a Maradona, mas uma fonte da entidade disse à EFE que essa promessa não poderá ser cumprida por uma decisão da Fifa, que estipula que as equipes utilizem nas camisas numeração de 1 a 23 na Copa de 2002.
O ex-capitão da seleção argentina comentou que a retirada da camisa que utilizou durante sua trajetória na seleção "foi algo lindo que os jogadores pediram, algo simpático, mas parece que para alguns 'come-merda' não".
"Não me incomoda em nada porque isto está dentro dos limites da Fifa, esta é a lei da Fifa. E nós, argentinos, temos que aceitá-la", disse Maradona à emissora de rádio "La Red", desta capital.
Depois da decisão da AFA de render homenagem a Maradona com a retirada da camisa número dez, Ariel Ortega passou a ser visto na Arhentina como o último jogador a envergar oficialmente a emblemática camisa, no jogo em que sua seleção derrotou o Peru por 2-0, na quinta-feira.
A imprensa argentina publicou nesta sexta-feira fotografias de Ortega com a camisa e comentários relacionados com o "nunca mais" determinado pela AFA, que gerou uma grande polêmica entre ex-jogadores, dirigentes e torcedores, os quais concordaram que retirar a número dez significa cortar as ilusões das crianças e dos jovens que sonham em vestí-la algum dia.