Roma - Marcello Lippi, treinador do Juventus de Turim, disse nesta sexta-feira que poderia apresentar uma queixa contra o jogador Roberto Baggio, que em um livro autobiográfico a ser lançado, afirma que, nos tempos de ambos no Inter de Milão, o técnico lhe pediu para ser espião dentro do vestiário.
"É uma coisa que não tem a ver com o meu estilo, é uma maldade, uma falsidade; nunca fiz algo parecido. Em minha carreira como treinador tive nas equipes muitos jogadores carismáticos a quem pedi colaboração na administração do grupo, como por exemplo Ciro Ferrara, tanto no Juventus quanto no Nápoles", comenta Lippi.
O técnico afirma que outros jogadores a quem solicitou tal apoio são Gianluca Vialli, Angelo Peruzzi, Didier Deschamps, Laurent Blanc e Christian Vieri: "Fiz porque os estimo e pelo interesse do grupo, mas não pedi para que fossem espiões. E muito menos pedi a Baggio, já que não tenho por ele a mesma estima".
Roberto Baggio, em sua autobiografia ("Uma porta no céu"), que será lançada na próxima semana, comenta sobre Lippi coisas como: "Fez-me a guerra, sem parar um minuto, sem me dar motivações, sem que nada tivesse um sentido". "... me pediu que desse nomes de quem a campanha anterior... e não os disse, não o tenho feito nunca em minha vida... na concentração de pré-temporada não tinha nem direito a respirar... se fazia um movimento brusco ele se aborrecia... se um companheiro me aplaudia ficava preto (de raiva)", são algumas das supostas frases do livro.
Lippi, comenta a respeito: "Nesses anos disse muitas coisas, mas sempre do ponto de vista técnico, e dele nunca duvidei. Repito, não sei qual é sua intenção, como não sei por que teve tantos problemas com vários treinadores".
"Tive problemas às vezes com meus jogadores, por vezes estivemos a ponto de brigar fisicamente, mas depois esclarecemos tudo. Por outro lado, com ele nunca aconteceu isso, pelos motivos que comentei antes. Falei com meu advogado para ver se há bases para uma queixa", acrescenta Lippi.