Bogotá - A Federação Colombiana de Futebol protestou na quarta-feira junto à Fifa pelo “ambiente e circunstâncias'' que cercaram a partida entre Uruguai e Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002.
O jogo, que foi disputado há uma semana em Montevidéu, terminou empatado por 1 a 1, resultado que permitiu ao Uruguai disputar uma repescagem contra a Austrália em busca da última vaga para o Mundial da Coréia do Sul e Japão.
O resultado deixou a Colômbia eliminada, apesar de ter goleado o Paraguai por 4 a 0 em Assunção. Colombianos e uruguaios terminaram o torneio com o mesmo número de pontos, mas a seleção celeste levou vantagem no saldo de gols.
“Recebemos com estranheza o ambiente e as circunstâncias que rodearam a partida disputada entre as seleções da Argentina e Uruguai'', escreveu em uma carta o presidente da Federação Colombiana de Futebol, Alvaro Fina, ao presidente da Fifa, Joseph Blatter.
O jogo entre Uruguai e Argentina começou 10 minutos depois do início de Colômbia x Paraguai e não na mesma hora, como deveria.
Também causaram mal-estar na Colômbia as declarações de alguns jogadores argentinos, depois de serem aplaudidos pelos torcedores uruguaios. “Foi porque no final não fomos para frente (...) Além disso, é o reconhecimento do público uruguaio, não há nada para suspeitar'', disse o meia argentino Juan Sebastián Verón sobre o fato.
A imprensa argentina teve no dia seguinte manchetes mais comprometedoras. “A seleção jogou pelo empate'', “Pacto selado no Centenário'', “Argentina e um empate à medida do Uruguai'', ''Grande Irmão''.
Mas a carta da Colômbia ao presidente da Fifa se referiu às declarações dos jogadores argentinos. “As declarações destes jogadores mostram claramente seu apoio porque a seleção uruguaia foi à repescagem, além disso, suas palavras vão contra qualquer norma ética e esportiva'', diz a carta.
“Agradecemos antecipadamente à entidade por um pronunciamento oportuno sobre este tema que vai de encontro ao jogo limpo que vocês tem pregado e defendido'', completou.
A Colômbia, dirigida pelo técnico Francisco Maturana, fracassou na sua tentativa de se classificar pela quarta vez consecutiva para uma Copa, mas no final de julho conquistou pela primeira vez a Copa América.
A eliminação provocou a reação do presidente colombiano, Andrés Pastrana, um fanático por futebol. Ele chegou a pedir a renúncia dos dirigentes de futebol e da comissão técnica da seleção.