São Paulo - O mundo do iatismo está de luto pela morte do neozelandês Peter Blake na quinta-feira.
Blake, um dos mais bem-sucedidos iatistas da história, estava a bordo do barco Seamaster com sua tripulação em uma expedição no rio Amazonas quando a embarcação foi atacada por piratas na quarta-feira à noite. Blake, que tinha 53 anos, foi baleado e morto.
A primeira-ministra neozelandesa Helen Clark, que visitou Blake o mês passado durante uma visita de 12 dias à América do Sul, disse estar abalada com a morte do iatista e comparou seus feitos com os do compatriota Edmund Hillary, o primeiro homem a escalar o Everest.
"É criminoso pensar que uma vida como esta se foi", disse Clark à Television New Zealand. "Tratava-se de um neozelandês que não era apenas o nosso Edmund Hillary das águas, ele tinha sido honrado pelas Nações Unidas, era embaixador do meio-ambiente, um homem de grande visão e de enormes conquistas no iatismo e acho que isto é uma tragédia terrível".
A comunidade mundial do iatismo também ficou chocada e triste com a morte de Blake, que levou duas vezes a Equipe da Nova Zelândia à vitória no America's Cup.
"Ele era um grande líder para a Nova Zelândia. Ésimplesmente um choque terrível", disse o líder da equipe da Nova Zelândia na America's Cup, Tom Schnakenberg, à Radio Sport da Nova Zelândia.
"Ele era uma pessoa simples, honrável... só queria fazer algo diferente", disse o veterano iatista e comentarista Peter Montgomery à Radio Sport.
Chay Blyth, um dos maiores iatistas da Inglaterra e organizador do torneio BT Challenge, acrescentou: "É muito triste. Ele era uma pessoa quieta e teve tantas vitórias no iatismo. O que ele conseguiu na America's Cup foi algo incrível. Vindo de um pequeno país e com pouco orçamento como a Nova Zelândia, ele venceu os norte-americanos nos Estados Unidos".
"Peter era reconhecido pela sua atenção a detalhes e planejamento. Era amado por todos e sua falta será muito sentida, principalmente na Nova Zelândia. Seu impacto no nosso esporte era enorme".
Blake, que estava numa expedição para divulgar questões ambientais, estava ciente dos riscos, segundo um amigo. "Estávamos muito ciente da possiblidade deste tipo de eventualidade e havíamos tomado as precauções necessárias", disse Alan Sefton, porta-voz da firma de expedições de Blake, "blakexpeditions", à Television New Zealand.
"Havia vigilância de 24 horas no barco", acrescentou. "Mas parece que estes homens apareceram do meio da escuridão, vindos do rio e antes que alguém percebesse estavam apontando armas".