Rio - Em meio às notícias de que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está prestes a renunciar ao cargo, há o estatuto da entidade, que, em seu artigo 30, prevê que, no caso de renúncia de seu presidente, quem assume é o vice-presidente mais velho. Neste caso, o ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol e atual vice-presidente da CBF para a Região Nordeste, José Sebastião Bastos Neto, mais conhecido como Bastinho, assumiria a presidência da entidade para o cumprimento do mandato de Texeira, que vai até 2003.
O certo é que o atual presidente em exercício, Alfredo Nunes, vai se afastar da CBF no próximo dia 21, quando a entidade entrará em recesso. Nunes não poderá permanecer substituindo Ricardo Teixeira, porque terá de reassumir em janeiro o cargo de prefeito de Regeneração (PI), do qual pediu licença temporária justamente para presidir a Confederação.
A aprovação do relatório da CPI do Senado deixou um clima de velório na CBF e, de acordo com informações de dentro da própria entidade, Ricardo Teixeira tem sido aconselhado por vários presidentes de federações e clubes a renunciar, com o argumento de que assim ele poderia se dedicar mais à sua defesa no processo que será movido pelo Ministério Público e também preservaria a sua família. O maior opositor da idéia é o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Viana, o Caixa d'Água, que vê na renúncia uma demonstração de fraqueza. Para Caixa d'Água, se Teixeira sair estará dando razão aos que o acusam, além de estar entregando os pontos para os inimigos.
Outra informação vinda da CBF dá conta que Teixeira teria se encontrado na terça-feira com o ministro de Esporte e Turismo, Carlos Melles. Nesse encontro, o ministro teria aconselhado o dirigente a sair da CBF. O desejo de Melles é ver Pelé na presidência da CBF, mas de acordo com o colunista Ricardo Boechat, do "Jornal do Brasil", há uma grande articulação para levar o presidente do Fluminense, David Fischel, para comandar a CBF.
Para que isso ocorra antes das eleições marcadas para 2003, somente se houver uma mudança no estatuto da entidade, antecipando o pleito. Na segunda quinzena de janeiro, como ocorre todos os anos, será realizada a assembléia geral da CBF para que seja feita a prestação de contas deste ano e o assunto pode ser discutido. A assembléia é composta por 55 dirigentes (os presidentes das 27 federações estaduais e os presidentes dos 28 clubes que compõem a Série A do Campeonato Brasileiro).