Macapá - Parentes do suposto assassino do velejador neozelandês Peter Blaker disseram hoje, sexta-feira, que a confissão apresentada pela polícia brasileira foi obtida mediante torturas.
Blake, considerado o melhor navegador esportivo de todos os tempos, morreu com dois tiros na quarta-feira passada, quando piratas conhecidos como "ratos d'água" assaltaram sua embarcação, "Seamaster", ancorada perto de Macapá.
A polícia brasileira apresentou hoje à imprensa as sete pessoas detidas durante a madrugada, identificadas como os assaltantes que mataram o esportista.
Entre eles, as autoridades apresentaram Ricardo Colares Tavares, de 23 anos, como autor dos dois disparos que causaram a morte do neozelandês.
No entanto, Andrea Vasques de Almeida, esposa de Colares Tavares, e Margarida Oliveira, tia do detido, disseram hoje a jornalistas que a confissão "foi arrancada com torturas e ameaças".
Segundo as mulheres, Colares Tavares foi detido em sua casa por agentes encapuzados que entraram violentamente na casa e começaram a bater nele antes de levá-lo detido.
A secretária de Segurança Pública do Amapá, Rosilene Martins, descartou a possibilidade de irregularidades tanto na detenção dos acusados como nos interrogatórios e afirmou que "os detidos sempre dizem que são torturados".
Colares Tavares, que há dois anos foi detido por assalto à mão armada, estava em liberdade provisória e, segundo admitiram seus familiares, tem sérios problemas com drogas.
Peter Blake, vencedor da America´s Cup em 1995 e 2000 e com um histórico único na navegação esportiva, tinha deixado as regatas para se dedicar aos estudos e navegação do rio Amazonas em uma expedição científica destinada à produção de um documentário sobre os paraísos ecológicos que ainda existem no mundo.