Rio - A revelação de que uma infiltração de xilocaína e cortisona causou a convulsão sofrida por Ronaldo antes da final da Copa do Mundo de 1998 pode causar uma reviravolta no caso. O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) pode abrir nova sindicância para investigar a conduta dos ex-médicos da Seleção Brasileira, Joaquim da Matta e Lídio Toledo no episódio.
A matéria da Revista LANCE A+ desta semana mostra que Ronaldo sofreu oito infiltrações de xilocaína e um antiinflamatório derivado da cortisona durante a Copa. A última foi pouco antes de sofrer uma convulsão, no dia da final do Mundial, contra a França. O conteúdo da injeção entrou numa veia e provocou a convulsão no jogador.
O presidente do Cremerj, Mário Jorge Noronha, afirmou que o órgão vai apurar essa nova informação, que muda o desfecho do caso. E, se encontrar indícios suficientes, vai abrir nova sindicância.
“Não pode haver uma reabertura do caso, que já transitou em julgado. Mas podemos abrir nova sindicância se a informação for verdadeira.” Joaquim da Matta e Lídio Toledo, que rechaçam a hipótese, foram inocentados no processo-ético aberto pela entidade, resultado da primeira sindicância. Em 1999, 32 conselheiros os absolveram.
Assim como outros médicos consultados, Noronha afirmou que a xilocaína pode causar convulsão se atingir uma veia, o que é raro. Segundo ele, o efeito é imediato.
“A xilocaína é extremamente perigosa. Se atinge a veia em vez do músculo, pode provocar convulsão.
Às 13h50, Ronaldo recebeu a infiltração no joelho direito para aliviar as dores. Dez minutos depois, sofreu uma convulsão.
“Mas não pode ser chamado de erro médico. É um acidente”, disse.
Segundo Noronha, a primeira investigação, que começou pouco depois da Copa foi ''exaustiva''. Ele reconhece, porém, que não houve como obter provas materiais, já que não era possível realizar exames, meses depois do episódio. Em carta ao Cremerj, em 99, Ronaldo inocentou Toledo e Matta.