Médico diz que quase matou jogador com infiltração
São Paulo – A xilocaína pode mesmo ter causado a convulsão no atacante Ronaldo pouco antes da final da Copa do Mundo de 1998. O ex-médico do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, contou que quase levou o lateral-esquerdo Nelsinho, ex-São Paulo e Seleção Brasileira, à morte com a utilização da mesma substância anestésica.
Em entrevista à primeira edição do Esportes TV desta sexta-feira, o ex-médico do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, aplicou uma infiltração do medicamento no jogador para aliviar as dores que ele sentia em virtude de uma amigdalite (inflamação das amígdalas).
“ Eu fiz a infiltração no Nelsinho e logo em seguida ele desmaiou, teve uma sudorese absurda. Ficou sem consciência. Eu apertei o pulso dele para ver se estava vivo. Depois de um tempo ele acordou, mas ainda meio desnorteado”, relatou Cunha, que aplicou a injeção nas nádegas do atleta.
Um ano antes, em excursão com a Seleção Brasileira para as Olimpíadas de Los Angeles, Nelsinho teve outra reação após infiltração de xilocaína para amenizar as dores que sentia por conta de uma luxação na clavícula. Assim como Ronaldo, ele também sofreu um processo de convulsão.
No dia seguinte, o ex-lateral foi submetido a uma tomografia computadorizada, mesmo procedimento feito com Ronaldo após a convulsão na Copa. O exame não detectou nada, justamente porque o atendimento ocorreu na hora, evitando que ele ficasse com seqüelas.
Marco Aurélio Cunha fez questão de salientar, no entanto, que casos como esse que ocorreu com Nelsinho são comuns na medicina e que podem acontecer com qualquer um. “Isso são problemas que podem acontecer. O importante é o médico saber dos riscos e estar preparado para as emergências”, afirmou Marco Aurélio Cunha. |