São Paulo - Carlos Alberto Parreira não faz o gênero de técnico-passista. Convidado formalmente pela Escola de Samba Gaviões da Fiel para ser um dos destaques do carnaval da maior organizada do Corinthians no Anhembi, o treinador afirma não ter ginga para aceitar tal proposta.
“Só não vou aceitar porque sou horrível no samba. Já tive outras oportunidades, mas nunca fui a ensaio, nem desfilei”, afirma o técnico, que se diz torcedor da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola do Rio, onde nasceu.
“Adoro samba. Gosto de ouvir, ver as mulatas, mas morro de vergonha”, afirma Parreira, contrapondo-se ao antecessor Wanderley Luxemburgo, que nas duas passagens pelo Timão aceitou convites da Gaviões e inclusive já sambou e fez discurso na quadra da escola.
A restrição de Parreira, no entanto, limita-se ao samba. O treinador não descarta conversar com os dirigentes da organizada, que tradicionalmente exige reuniões com os técnicos corintianos.
“Não vejo problema algum em conversar com a torcida”, diz, lembrando de um exemplo dos tempos em que dirigia a Seleção Brasileira.
“Nas Eliminatórias de 93, quando a gente ia jogar contra o Equador aqui em São Paulo, tive uma reunião com os presidentes das principais organizadas paulistas porque existia uma resistência com a Seleção. E conversei normalmente com eles”, recorda o treinador.
Uma das principais escolas de samba de São Paulo, a Gaviões da Fiel convida anualmente profissionais do Corinthians para participar dos ensaios para o carnaval e também do desfile da escola.