Rio - O Flamengo vive mais um Dia D neste conturbado 2002: ou vence o Universidad Católica, nesta quarta-feira, pelo Grupo 8 da Copa Libertadores, às 21h40 (horário de Brasília), no Estádio San Carlos Apoquindo, em Santiago, ou acorda do sonho de voltar a Tóquio.
Em caso de fracasso, o time vai deparar-se com a realidade desesperadora de ver o primeiro semestre no lixo, com craques do primeiro escalão brasileiro sem pretensão a títulos, com salários atrasados e sem soluções financeiras à vista.
Apesar da inesgotável fonte de pressão, o Rubro-Negro pode voltar ao Rio com a bagagem cheia de esperança de classificação se desbancar o Católica em casa - somará sete pontos e irá enfrentar o Olimpia, em Assunção, na última rodada. Mas, para um elenco abatido e pressionado pelos fiascos e a derrota para o arqui-rival Vasco, a cabeça está somente em Santiago.
“Temos que vencer aqui primeiro para pensarmos no Olimpia. É mais uma decisão”, diz Juninho, principal contratação para a Libertadores.
O volante Leandro Ávila sabe da importância do resultado para o clube e deixa às claras que, em 2002, as “decisões” tem sido uma rotina. “A primeira decisão foi contra o Once Caldas. Aqui, no Chile, é outra.”
As declarações de Andrezinho um dos jogadores mais jovens do elenco,18 anos, mostra o grau de responsabilidade depositado no elenco.
“Não podemos perder o semestre agora. É o jogo de nossas vidas. Um simples empate nos complica. Estamos prontos para uma dura batalha”, afirma.
Ou seja: nas costas de 18 jogadores está a torcida de funcionários por dias melhores, a esperança de milhares de rubro-negros para sobreviver na Copa Libertadores depois de nove anos e a vida da diretoria, sem saída com as denúncias.