Rio - No dia em que completava 51 dias no comando de um Flamengo conturbado, João Carlos pescava perto da Ponte Rio-Niterói, pela manhã, até que seu telefone celular tocou com uma notícia desagradável: era o ex-diretor técnico Carlinhos avisando que estava demitido.
Às 14h, ele se reuniu com o superintendente José Eduardo Chimello e, sem perder a serenidade, criticou a aparição de George Helal como mandachuva do futebol.
"Não admito que o Helal escolha o melhor para a equipe. No futebol, existem pessoas capacitadas. Chimello, Carlinhos, eu, Marcelo Pontes mandávamos no futebol. Mas há 20 dias, tudo se modificou. Não tenho que me reunir com Helal, nunca falei com ele, nem tenho ligação", alfinetou João Carlos, sob alegação de não ter recebido motivo para a saída. "Acredito que tenha sido porque eu reclamei da ida do Leandro Ávila para o Internacional".
George Helal, por sua vez, tirou uma versão da cartola. "O João não se indispôs no caso do Leandro Ávila, mas com os resultados. O Flamengo, sob seu comando, teve uma campanha pífia".
João Carlos, no entanto, não fugiu à responsabilidade ao assumir a culpa pela eliminação na Copa Libertadores e no Torneio Rio-São Paulo. "A responsabilidade é totalmente minha de não ter levado o Flamengo às finais da Copa Libertadores e do Torneio Rio-São Paulo", afirmou o ex-técnico.