Santos - Com generosa ajuda da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Santos conseguiu passar a perna na Fifa. Mesmo proibido de vender ou emprestar jogadores para o exterior, o time de Vila Belmiro negociou sete jogadores: seis para a Europa e um para a Ásia.
As operações foram, teoricamente, irregulares. Desde 16 de março do ano passado, o Peixe está banido de realizar transações desse tipo. A determinação partiu da Fifa, graças ao calote na compra de Caio. A Internazionale de Milão ainda espera receber US$ 510 mil que restam pela venda do atacante.
Desde abril do ano passado, saíram da Vila Belmiro: Rodrigão, Dutra, Júlio César, Pereira e os desconhecidos Eduardo Costa Sanches, Manoel José do Nascimento e José Roberto Rodrigues Mota Júnior.
“Realmente, houve um equívoco de nossa parte. Sabíamos da determinação da Fifa, mas aconteceu um problema interno na CBF e as vendas desses jogadores acabaram sendo autorizadas”, desculpa-se o advogado e integrante do Departamento Jurídico da CBF, Valed Perry.
A explicação da Confederação é que o fax da Fifa foi extraviado e não chegou ao Departamento de Registros, que valida ou não transações envolvendo clubes brasileiros. O equívoco beneficiou a equipe brasileira, que conseguiu furar o bloqueio internacional. Incrivelmente, o fax determinando o banimento santista demorou mais de dez meses para sair do Departamento Jurídico e chegar ao setor de Registros da CBF.
“O protocolo chegou à Confederação, mas não à sala dos registros. Mas já contornamos a situação e agora o Santos não vai conseguir vender mais nenhum jogador ao exterior enquanto a punição estiver valendo”, informou Valed Perry.
Consciente do erro, a Confederação Brasileira de Futebol escreveu um pedido de desculpas formal à Fifa, lamentando o ocorrido. Para o Peixe, um santo equívoco. Apenas com a venda de Rodrigão, o clube levantou US$ 2 milhões.
O suficiente para saldar dois meses da atual folha de pagamentos da equipe profissional.
Na próxima reunião do Comitê Disciplinar da Fifa, o cenário pode ficar ainda pior para a administração Marcelo Teixeira. O clube pode ser banido de atuar em partidas internacionais ou até mesmo dentro do próprio país.