"Todas as vezes que eu saio de casa, minha mulher fica atrás de mim mandando eu ir colocar uma calça melhor, outro sapato, fazer a barba. É a mesma conversa sempre. E sempre eu olho para ela e digo: "relaxe". A declaração do veterinário Sérgio Brito, 44, retrata a situação vivida em vários lares brasileiros.Ex-nadador profissional, a forma física já não está tão em cima como nos tempos de juventude. "Mas ainda dá para flutuar na água e dar umas braçadas", brinca, referindo-se à barriginha que insiste em crescer. Sérgio não acha que vaidade masculina tem algum problema, mas afirma que não é adepto a salões de beleza ou clínicas de estética. "Meu negócio é fazer esportes ao ar livre. Andar a cavalo, caminhar e acordar cedo para aproveitar o dia", descreve.
Quanto às unhas feitas, cabelos pintados, peitos, pernas e costas depiladas, ele diz: "Acaba virando gozação entre a turma. É só um chegar com o cabelo diferente que a turma começa. Mas rapaz, pintou o cabelo? Fez a unha? Hiii! Esse é perigoso", comenta, revelando a forma como a vaidade masculina ainda é tratada no meio.
Uma declaração parecida também foi colhida de um transeunte que cruzava a passarela de um shopping em Salvador (BA), mas não quis se identificar: "Homem de verdade não tem frescura", largou, enquanto saía, rindo. Se o anônimo radical estava falando a verdade ou apenas fazendo uma gozação em cima do tema, nunca saberemos, mas que ele reflete a visão comum dos machões brasileiros, ninguém pode duvidar.