Osmar Burille é um ex-caminhoneiro, de 47 anos, divorciado e que até pouco tempo atrás vivia com a filha de 19 anos. Isso não seria nada de mais, se ele não fosse o padre da cidade de União da Serra, a mais católica do Brasil, segundo dados levantados pelo Censo 2010 do IBGE. Orgulhoso por ter se tornado padre, ele fala das dificuldades que enfrentou até conseguir sua nomeação: a ex-mulher, que não aceitava sua aspiração, o tribunal eclesiástico da Igreja Católica e a falta de estudos, já que quando decidiu se tornar padre, não havia concluído o ensino médio.
"O mais normal é o padre deixar o sacerdócio para ter uma família. Mas cheguei a essa conclusão que esse era o caminho que sentida dentro de mim há anos. Quando conversava com a minha mulher ela tinha dificuldade de aceitar (...) Quando eu namorava tinha visto
isso, mas não tinha namorado ninguém, e quando fui na casa dela para terminar, a mãe dela me disse: 'olha, o pai dela tem problemas nos nervos, se ele ficar nervoso pode ter dar um tiro'. O que eu ia fazer? Acabei casando com a moça, então esse foi um dos argumentos que me levou a conseguir a nulidade", lembra o padre.
Padre Osmar Burille mostra foto de Samara, sua filha de 19 anos
Crédito: Daniel Favero