Atentado de Oklahoma foi vingança contra a morte de fanático no Texas
Daniel Bittencourt/Redação Terra
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Ação de um homem causou a morte de 168 pessoas. (AP)
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Vingança. Esta foi a justificativa de Timothy McVeigh para explicar o mais cruel atentado terrorista da história americana. McVeigh, que afirma ter agido sozinho, estacionou uma van alugada carregada com duas toneladas explosivos na garagem do prédio federal Alfred Murrah para vingar a morte de 80 seguidores da seita Ramo Davidiano em Waco, Texas. A coincidência mórbida: o dia 19 de abril.
David Koresh, líder do grupo, era acusado pelo governo americano de posse ilegal de armas e maus-tratos contra menores de idade. Reivindicando-se a reencarnação de Jesus Cristo, Koresh era líder de uma das tantas milícias de extrema-direita nos Estados Unidos. Em seus pronunciamentos, David Koresh dizia que tinha o direito tanto de se armar quanto o de praticar sua religião. O caso tornou-se em um dos episódios mais trágicos do governo Bill Clinton.
Em 28 de fevereiro de 1993, agentes do Escritório de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo dos Estados Unidos (ATF, sigla em inglês) tentaram invadir a fazenda dos Davidianos para prender Koresh. Na ação, quatro policiais morreram na troca de tiros. Neste instante, começou o cerco à sede da seita, o Rancho do Apocalipse. O FBI exigia a rendição de Koresh e 120 seguidores, amotinados na fazenda.
No domingo de Páscoa, 52 dias depois do começo das negociações da rendição, agentes federais iniciaram a invasão. Tanques, carros e bombas de gás lacrimogêneo foram utilizados pelo FBI para acabar com o motim. No momento da invasão, um incêndio tomou conta sede da fazenda – 80 pessoas, entre eles David Koresh, morreram. Dezessete crianças foram encontradas mortas. Era um 19 de abril.
Exatos dois anos depois, McVeigh detonou um prédio federal em Oklahoma City, a 400 quilômetros de Waco. Mais tarde, a explicação para o ato terrorista: além de vingar as mortes em Waco, Timothy McVeigh lembrou o caso Randy Weaver, líder racista morto com a família em um cerco do FBI em Idaho, em 1992. "O que o governo fez em Idaho e Waco foi sijeira, que eu devolvi para eles em Oklahoma".
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