Candidato a deputado, Ronaldo Ésper diz que o Brasil é um cabaré e um cassino

Fale um pouco mais sobre sua visão de mundo...
O desmoronamento da família, às vezes, por causa de um vestido. Que importância tem um vestido? O que eu fazia na Luciana [Gimenez] era uma crítica de humor e já naquele momento eu estava criticando tudo isso. Por que a sociedade brasileira está tão deletéria e a mulher brasileira desvalorizada a um ponto tão vulgar?

Seria uma crítica de costumes...
Sei que podem dizer: “ah Ronaldo, você saiu e tirou a roupa numa boate”, mas foi num lugar fechado. Não saio na rua vestido de mulher, nem rebolando e não me prostituo. Dentro de uma boate, acho que cabe. Sou até a favor de prostíbulo, porque o Brasil é um cabaré e um cassino. Por que nós não podemos abrir de uma forma que isso se transforme num paraíso turístico do jogo? Somos tão hipócritas sabendo que vivemos num País em que abertamente o turismo sexual existe.

Seus projetos não contrariam o partido?
Não. Agora, é lógico que existirão outros e também os interesses do partido que terei que considerar. Mas eles falaram que são coisas que tenho que guardar e desenvolver. Você percebeu como eu vou ser polêmico? Você repara que eu falo tudo contra o que eu fiz em 46 anos, que é a alta costura? Mas a alta costura me ensinou a ver as pessoas como elas são, na questão humana delas.

Como é sua rotina, alguma coisa mudou ou vai mudar?
Continuo no ateliê, mas diminuí um pouco o trabalho por causa da política. Mesmo assim, caso consiga ser eleito, pretendo continuar com o ateliê lá em Brasília e aqui em São Paulo.

O estilista Ronaldo Ésper se suja de bolo após "guerra" na comemoração do aniversário de 454 anos da cidade de São Paulo, no Bixiga, em 2008. Foto: Reinaldo Silva/Terra
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