Saddam foi o presidente do Iraque entre 1979 e 2003 e acumulou o cargo de primeiro-ministro do país entre 1979 e 1991 e depois entre 1994 e 2003. As maiores vítimas de seus crimes contra a humanidade foram as minorias curdas do norte do país. Estimativas apontam que, entre 1986 e 1989, cerca de 185 mil homens, mulheres e crianças curdas foram assassinados. Somente em Halabja, em 1988, aproximadamente 5 mil pessoas morreram após Saddam autorizar o uso de gás contra a população.
Após a primeira Guerra do Golfo, no início dos anos 90, ele iniciou uma campanha de perseguição aos xiitas marsh, além de aumentar a repressão aos curdos, por eles terem servido de informantes dos Estados Unidos no confronto. Os marsh, uma cultura milenar descendente dos povos mesopotâmios, foram praticamente erradicados do sul do país, seu número caiu de 250 mil para 30 mil, apesar de não existirem informações precisas de quantos morreram de fome e quantos se tornaram refugiados. Em relação aos curdos, especula-se que em alguns momentos soldados de Saddam chegaram a matar cerca de 2 mil por dia e que centenas de milhares morreram tentando cruzar as montanhas entre Irã e Turquia.
Além disso, o regime de Saddam levou à morte mais centenas de milhares de pessoas nos conflitos com o Irã (1980 e 1988) – em que teve o apoio dos EUA –, Kuwait (1990) e nas duas Guerras do Golfo (1990 a 1991 e 2003). Somente no confronto com o Irã, estima-se que morreram até 1 milhão de pessoas, entre iraquianos e iranianos. Além disso, aproximadamente 500 mil crianças iraquianas morreram devido às sanções internacionais implementadas após a primeira Guerra do Golfo. Saddam foi capturado por soldados americanos em 13 de dezembro de 2003, durante a invasão dos EUA ao Iraque. Ele foi enforcado em 30 de dezembro de 2006, após ser condenado pela execução de 148 muçulmanos xiitas na cidade de Dujail, em 1982.