Brasil
recebe novos cabos
submarinos de fibra ótica
Cristina Bodas
A abertura do mercado de telecomunicações
tem gerado uma onda - sem precedentes - de investimentos nas estradas de informação
submarina na América Latina. Somente neste mês, dois novos cabos
submarinos estão chegando ao Brasil. Além destes, pelo menos outros
sete projetos estão previstos para ligar toda a região com o resto
do mundo.
De
acordo com a KMI Corporation - líder mundial em pesquisas do mercado de
fibra ótica - a América Latina é um dos principais focos
de investimentos previstos para os próximos anos em redes submarinas. Os
projetos desse tipo de cabo para a América Latina somam cerca de US$ 20
bilhões dos US$ 27,5 bilhões em todo o mundo até 2003.
O
Emergia, projeto no qual a Telefonica está investindo US$ 1,6 bilhão,
interligará as três Américas (veja mapa)
por meio de cabos que somam 23 mil quilômetros. A primeira parte a entrar
em operação - que atualmente está em fase de testes - será
a que liga Rio de Janeiro, Santos e Argentina. A empresa prevê que todo
o sistema Emergia esteja pronto até fevereiro de 2001.
Segundo
a Telefonica, o cabo terá uma capacidade de transmissão de dados
48 vezes maior do que os atuais. "Para se ter uma idéia do que isto
significa, um único cabo de fibra ótica poderá transmitir
o conteúdo dos 4 milhões de livros da Biblioteca do Congresso dos
Estados Unidos, de Washington a Lima, em menos de um minuto. Se fosse utilizado
um modem de 56 k conectado a uma linha telefônica comum, a transmissão
só seria realizada em 81 anos", compara o diretor de rede do Emergia,
Clemente Quero.
Neste
mês, a Global Crossing inaugurou sua estação terminal no Rio
de Janeiro do projeto South American Crossing - que terá US$ 2 bilhões
em investimento. O cabo submarino da empresa terá 18 mil quilômetros
interligando as principais cidades da América do Sul (veja mapa).
O South American Crossing permitirá a ligação da América
Latina com os outros continentes ao ser conectado com os demais cabos da Global
Crossing instalados na América do Norte.
Segundo
o diretor geral da Global Crossing no Brasil, Luís Carlos Correia, toda
a parte brasileira deve estar concluída até outubro. "O mercado
brasileiro de telecomunicações é uma das nossas prioridades,
já que em cinco anos deve ser um dos cinco maiores do mundo", afirma.
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