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Fibra ótica não chega até
a casa do consumidor. Ainda!

Cristina Bodas

    Os investimentos na rede brasileira de fibras óticas ainda estão voltados para atender principalmente as empresas. A ligação entre o backbone (sistema central da rede) e o cliente residencial ainda é feita por cabos metálicos (veja ilustração). "A quantidade de banda utilizada por um usuário residencial hoje ainda não exige que a conexão até a sua casa seja feita por fibra ótica", afirma José Jardim, presidente da MetroRED.

    Segundo Jardim, a empresa instala uma conexão via fibra para atender clientes que utilizem pelo menos 64 Kbps de banda. Normalmente, um cliente residencial usa, no máximo, metade desse volume. "Com o crescimento dos produtos de Internet que consomem mais banda, como vídeos, a fibra ótica vai chegar até a porta do cliente residencial. Mas o Brasil ainda é muito carente de infra-estrutura para o mercado corporativo, por isso essa demanda deve ser suprida primeiro", analisa.

    Mesmo ainda não tendo a fibra ótica até a porta de sua casa, o consumidor ganha com a melhoria da infra-estrutura do backbone. Se a rede central não tivesse sua capacidade ampliada, por exemplo, serviços de TV a cabo e telefonia - que são levados à residência do cliente via cabos metálicos a partir do backbone - não chegariam ou chegariam com dificuldade.

    Uma nova tecnologia tem sido usada no mercado brasileiro há cerca de um ano para melhorar a qualidade dos serviços de transmissão oferecidos às empresas. É a dos anéis óticos - instalações de fibra em forma circular. De acordo com a Telefonica - que há seis meses tem instalado anéis óticos nas principais regiões de São Paulo - além do aumento da capacidade, uma das principais vantagens é a redução do risco de queda na transmissão. Por ser feito em um formato circular, se a conexão é interrompida em determinado ponto do anel, a informação chega até o cliente pelo outro lado.

    Mapeamento - O crescimento da demanda por serviços de telecomunicações cresceu de uma forma tão intensa nos últimos três anos que os órgãos que controlam o uso do solo e subsolo, como as prefeituras, nem sempre têm conseguido acompanhar - e controlar de perto - as alterações na "estrada subterrânea da informação".

    "Geralmente nós mesmos temos de levantar as informações sobre o que já está instalado em determinada área que estamos interessados", conta Antonio José Marize Moreira, diretor da Trajeto, empresa especializada em mapeamento e planejamento de infra-estrutura para área de telecomunicações.

    A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, assume que não há uma planta única do subsolo da cidade porque há interferências todos os dias. Por isso, cada empresa interessada em fazer instalações no subsolo tem de fazer um levantamento por sua conta antes de pedir a autorização da prefeitura.

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