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Mercado de transgênicos movimenta bilhões de dólares
Adriano Floriani
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Arte/Terra |
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A polêmica dos transgênicos é mundial, mas está centrada principalmente na Europa e no Brasil. Lá, como aqui, há uma guerra travada em várias frentes entre os que defendem os benefícios dos OGMs e os que denunciam os riscos para a saúde e o ambiente. Por trás dessa disputa, há um mercado de bilhões de dólares.
Companhias como as norte-americanas Monsanto e Syngenta, e as européias DuPont e Bayer CropScience já investem anualmente cerca de US$ 1 bilhão em pesquisas, no total, e firmam parcerias entre si, com universidades e institutos de dezenas de países. Em 2002, o valor do mercado global de cultivos transgênicos foi estimado em US$ 4,25 bilhões. O valor de mercado mundial de cultivos transgênicos é basedo no valor de venda de sementes com OGMs mais as taxas da cobrança de royalties pela tecnologia aplicada.
Transgênicos no mundo
Os Estados Unidos, a Argentina, o Canada e a China são os maiores produtores de transgênicos e correspondem a cerca de 99% da produção mundial. Atualmente, os produtos com organismos geneticamente modificados (OGMs) são cultivados em pelo menos 16 países (Estados Unidos, Argentina, Canadá, China, África do Sul, Austrália, Índia, Romênia, Espanha, Uruguai, México, Bulgária, Indonésia, Colômbia, Honduras e Alemanha), sem contar o Brasil.
Conforme relatório do ISAAA (Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações de Agrobiotecnologia), a área global de culturas transgênicas, em 2002, chegou a 58,7 milhões de hectares, crescimento 10% superior em relação a 2001. Os números são estimados.
O ISAAA não incluiu o Brasil, que vinha plantando a soja transgênica de forma ilegal há cinco anos, no relatório divulgado este ano. Após a edição da Medida Provisória liberando o plantio e a comercialização do grão modificado no País, o Brasil já passa a figurar oficialmente no relatório com os dados de 2003, o que contribuirá com a elevação da área global de plantios transgênicos. Somente o Rio Grande do Sul planta 3,8 milhões de hectares com soja, segundo a Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Estima-se que 90% dessa área já esteja plantada com transgênicos, provenientes de sementes contrabandeadas da Argentina.
Principais cultivos
Os principais cultivos geneticamente modificados no mundo são a soja, o milho, o algodão e a canola. Entre 1996 e 2002, conforme o relatório do ISAAA, o principal atributo dessas culturas foi a tolerância a herbicidas (75% do total), com a resistência a insetos em segundo lugar (17%). Genes acumulados para tolerância a herbicidas e resistência a insetos, desenvolvidos em milho e algodão, ocupa 8% da área mundial.
A soja tolerante a herbicida é o cultivo transgênico dominante no mundo, plantada comercialmente em sete países: Estados Unidos, Argentina, Canadá, México, Romênia, Uruguai e África do Sul, além do Brasil. Essa variedade ocupa 62% da área global de OGMs, que corresponde a 36,5 milhões de hectares.
A segunda espécie mais cultivada é o milho Bt (com gene resistente a insetos), equivalente a 13% da área total de transgênicos, plantada nos Estados Unidos, Canadá, Argentina, África do Sul, Espanha, Honduras e Alemanha. O terceiro cultivo mais importante, conforme o ISAAA, é a canola tolerante a herbicida, que ocupa o equivalente a 5% da área total de transgênicos, plantada no Canadá e nos Estados Unidos.
Outros cultivos incluem milho tolerante a herbicida em 2,5 milhões de hectares; algodão Bt (com resistência a insetos), em 2,4 milhões de hectares; algodão tolerante a herbicida, em 2,2 milhões de hectares; algodão Bt/tolerante a herbicida (combinação de duas características) em 2,2; e milho Bt/tolerante a herbicida em 2,2 milhões de hectares.
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