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A polêmica dos transgênicos
Supermercados acompanham discussão à distância

Alexandre Rodrigues

Oliveira: lojas venderão "o que os consumidores quiserem e a lei permitir"
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Os supermercados acompanham à distância as discussões sobre os transgênicos no país. "A Abras está acompanhando para apenas tomar uma posição mais adiante", garantiu o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira. Embora a questão aparentemente afete menos o setor - que só vende os produtos -, muitas redes têm um interesse maior, já que possuem marcas próprias de alimentos.

Oficialmente, a Abras não participa das discussões no Congresso sobre a Lei de Biossegurança, que definirá os critérios para a liberação de pesquisa, plantio e venda de transgênicos. E mesmo depois a entidade não deverá fazer nenhuma campanha para o consumidor. "Esse tipo de campanha tem que partir do governo", garante o presidente da Abras. "O consumidor está muito mal informado".

"A nossa posição em relação ao produto geneticamente modificado é de que os supermercados vendem o que os nossos consumidores querem e a lei permite", acrescentou Oliveira. Por enquanto, a posição da Abras é de que os supermercados não vendam alimentos transgênicos, que, à exceção da soja brasileira, continuam proibidos pela Justiça. No caso de uma liberação, valerá o que já acontece no caso de produtos como cigarro e bebidas. "Tem supermercado que vende cigarro, estes sim com malefícios notórios, e tem super que não os vende. O mesmo acontece com as bebidas. A decisão será de cada um".

Já no caso de alimentos industrializados que estão à venda e, segundo organizações não-governamentais (ONGs), têm transgênicos em sua composição a Abras alega que se trata de produtos liberados para consumo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Ainda que não haja posição oficial dos supermercados como um todo, algumas redes se sentiram incomodadas pela polêmica. O Carrefour adotou um selo de qualidade, que garante aos consumidores que os alimentos estão livres não só de transgênicos, como de resíduos de agrotóxicos e ainda são ecologicamente corretos. A rede francesa tem convênios com o Instituto Biológico de São Paulo e laboratórios de Minas Gerais para a análise.

Assim como prega o presidente da Abras, o diretor de agronegócios da rede francesa - uma das maiores do mundo -, Arnaldo Eijsink, afirmou que uma futura venda de transgênicos dependerá do interesse dos consumidores. "O consumidor deve perceber se há alguma vantagem. Se ele não perceber, não leva".

Mas no caso da soja transgênica brasileira colhida em 2003, não houve interesse do Carrefour. A rede de supermercados exporta farelo de soja para a França. Por causa da rejeição aos organismos geneticamente modificados na Europa, toda a produção comprada é não-transgênica.

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