O remédio parece ser uma solução simples e fácil para quem quer emagrecer e não consegue seguir o regime. Mas não é bem assim. "Remédios para regime não servem para fazer milagre, e sim para ajudar a pessoa a alcançar seus objetivos", alerta a Dra. Paula Macedo, endocrinologista.O ideal quando se faz uso de medicamentos é suspendê-los assim que se alcança o peso desejado. Até porque, garante a médica, esses remédios "são como um xampu ou um antibiótico: o corpo acaba se acostumando e, com o tempo, ele já não fazem o mesmo efeito".
Mas remédio para regime não é para todo mundo. Em geral, eles são contra-indicados para pessoas com problemas cardícacos, disturbios psíquicos e depressão severa. Sua indicação principal é em casos de obesidade. "Remédios podem até ser indicados para quem quer perder poucos quilos, mas não em todos os casos. Essa é uma decisão a ser tomada com cuidado", diz ela.
O importante, nessas horas, é não se iludir com a idéia de que é só usar o remédio que está funcionando para sua amiga e começar a se alegrar com a balança. É preciso procurar um bom médico para fazer uma avaliação geral e encontrar o remédio certo para cada um. "As pessoas têm distúrbios diferentes: há quem ataque a geladeira à noite, há quem abuse dos doces e quem belisca o dia inteiro. Não dá para usar o mesmo medicamento e a mesma dosagem em casos tão diferentes. Às vezes, um miligrama a mais muda tudo".
Além disso, eles podem ocasionar efeitos não desejados. Os mais comuns são depressão, distúrbios da libido, taquicardia, queda de pressão e dor de cabeça. Para pessoas com tendência, o uso de remédios também pode desencadear uma psicopatia.
Além disso, dependendo da pessoa e da substância usada, pode haver uma sensação de euforia que pode causar o famoso "vício" por remédios de regime. "Mas é uma sensação irreal", alerta a médica "porque há grandes chances de a pessoa cair em uma depressão em seguida".
Agora, mesmo que você faça tudo direitinho - vá ao médico, tome a dosagem prescrita - não é garantido manter o peso depois. Segundo a dra Paula, "noventa por cento das pessoas que emagrecem voltam a engordar - usando ou não remédio. A taxa é a mesma nos dois casos".
Para manter o peso, o ideal é mesmo fazer uma reeducação alimentar para não abusar e voltar a engordar assim que largar o remédio. "Mas não basta só isso. Porque saber o que pode ou não comer todo mundo sabe - o difícil é ter controle sobre a fome", diz a médica. Ela explica que "parte do mecanismo que controla a fome está no sistema límbico, onde ficam guardados nossos instintos, como a libido, a paixão, a raiva... por isso é tão difícil manter o peso. Mas, assim como é possível controlar os ímpetos de raiva, dá, sim, para controlar a fome".