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Juvenal
é o primeiro personagem malvado de Werner Schünemann
O ator e diretor gaúcho Werner Schünemann, 40
anos, fará em Tolerância seu primeiro papel como malvado. "O Juvenal
é circunstancialmente um facínora, como todos nós", salienta. Werner trata
a personagem como um homem capaz de abrir mão de seus escrúpulos. "Ele
interfere e molda o mundo do jeito que lhe agrada". Sendo assim, essa
capacidade, que pode ser positiva, acaba se transformando em um defeito
do irmão de Orestes e Teodoro.
Fã assumido de Carlos Gerbase, Schünemann já participou de diversos filmes
do diretor, entre eles, Inverno, Verdes Anos e Deus Ex-Macchina.
Ele gostou muito do roteiro de Tolerância, pois a estória "tem uma linha
de condução muito inteligente". Outro ponto positivo na sua opinião é
que o filme pode levar as pessoas a raciocinarem sobre os fatos vividos
pelos personagens.
Em relação aos limites da tolerância, ele considera "a razão a única aliada
da tolerância". Já vestido com o figurino de Juvenal, Werner conversou
sobre seu conhecimento nos dois lados da atividade cinematográfica: atuar
e dirigir. Ele diz não ter preferências, procurando escolher de acordo
com o que o momento exige. "Gosto de apresentar uma coisa diferente ao
público, algo bem estudado", comenta. No entanto, ele nunca dirigiu e
atuou simultaneamente, embora já esteja cogitando tal possibilidade.
Envolvido em diversos projetos, Schünemann está participando de três dos
quatro longas gaúchos que invadirão as telas no próximo ano. Ele está
dirigindo o documentário de aventura sobre uma expedição à Lagoa dos Patos,
chamado Mar Doce. Depois de Tolerância, atuará em Neto
Perde sua Alma do diretor Beto Souza - cujas filmagens terão
início no próximo semestre. "Esse é o ano que pedi a Deus", revela
entusiasmado. Mas o seu interesse por cinema não pára por aí, pois ainda
sobra tempo para presidir a Fundação de Cinema do Rio Grande do Sul. Segundo
ele, a discussão sobre o fortalecimento do pólo de cinema gaúcho acabou
gerando a entidade. "É preciso incrementar a produção de longas, pois
eles dão robustez às empresas", justifica.
Schünemann indica que, só esse ano, estão sendo produzidos quatro longas,
quatro médias e dezessete curtas. Com estas perspectivas, acha possível
"montar um trabalho contínuo e diversificado".
(Adriana Amaral Direto de São Lourenço do Sul)
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