Belo Horizonte - Depois de quase um mês de negociações, o Atlético finalmente chegou a um acordo com o atacante Guilherme e renovou seu contrato até 21 de agosto de 2004. As bases financeiras, que vinham dificultando o acerto e criaram polêmica entre os torcedores, não foram reveladas.
O atacante é um reforço importante no momento em que o Atlético conseguiu a primeira vitória no Módulo Azul da Copa João Havelange. Guilherme disse que está bem fisicamente, mas sem ritmo de jogo, e terá que disputar a posição com Valdir “Bigode". O técnico Carlos Alberto Parreira já antecipou que não pretende adotar o esquema com três atacantes.
Você está feliz por continuar no Atlético?
A renovação demorou um pouco e a minha vontade sempre foi de continuar aqui. Tanto que continuei treinando, porque sabia que minha permanência no Atlético era praticamente certa. Agora, é continuar trabalhando e ficar logo em condições de jogo, porque estou com um contrato longo, como queríamos.
Qual é o tempo do contrato?
É de quatro anos, dentro do que havíamos previsto. A princípio, seriam três anos, mas acabou ficando em quatro anos. Melhor ainda.
Há alguma cláusula especial no contrato?
Não. É um contrato normal, como o de qualquer outro jogador. Não existe nenhuma possibilidade de ocorrer uma reviravolta nos próximos anos.
Dá para enfrentar o Peñarol?
Estou em condições, pois venho treinando normalmente. Fisicamente, não há problemas. Estou apenas sem ritmo de jogo. Mas estou pronto para arrebentar.
Agora, você terá que correr contra o tempo, em termos de artilharia, na Copa João Havelange.
Esse período em que fiquei sem jogar, acabou resultando em prejuízo quanto à artilharia. Fiquei para trás, porque já tem gente com nove gols. É uma vantagem considerável, mas, se não der para alcançar, que pelo menos possamos chegar à final e voltar à Libertadores. Um clube como o Atlético não pode ficar fora de uma competição como essa.
O time finalmente conseguiu a primeira vitória na Copa João Havelange. Você considera que, com a sua entrada, o Atlético poderá deslanchar?
Todo início de campeonato é sempre difícil, pois existe uma ansiedade muito grande. A equipe é a mesma do ano passado e do primeiro semestre. Tudo está dentro da normalidade e vamos correr em busca da classificação. Se depender de mim, chegaremos lá. Mas a competição é dificílima, com times de qualidade, sobretudo agora que aumentou o números de participantes.
Outro prejuízo que você teve neste período sem contrato foi ter ficado fora das duas últimas convocações para a Seleção Brasileira.
Sem contrato, não teria como ser convocado. Infelizmente, são normas que regem nosso futebol e que devem ser seguidas. Com um novo contrato, vou fazer o melhor possível, no Atlético, para voltar à Seleção.
Até porque você estava tendo oportunidades com Luxemburgo.
Certamente, eu estaria nas duas últimas convocações e teria participado do jogo contra o Chile. Mas, por outro lado, não poderia fazer as coisas correndo, pensando na Seleção. As coisas estão dentro de uma normalidade, como realmente aconteceu. Neste momentom é continuar me desempenhando ao máximo no Atlético, para ser convocado novamente por Wanderley Luxemburgo.
Você viveu uma fase de ansiedade?
Eu estava realmente ansioso. O importante é que não deixei de treinar, quando poderia ficar tranqüilamente em casa até que as coisas fossem resolvidas.
Dá para jogarem juntos você, Marques e Valdir? Foi uma experiência usada na Copa Sul-Minas e não deu certo.
Não vou falar sobre isso. É uma decisão do técnico Carlos Alberto Parreira.