Santos - Quando Edmundo teve a oportunidade de se transferir para a Vila Belmiro, percebeu que era mais uma grande chance em sua carreira, provavelmente a última oportunidade de chegar à seleção. Com 29 anos, ele percebeu que era hora de mudar de vida e a imagem que está passando em Santos não é a do "animal" que o caracterizou. Em campo, já é o artilheiro do time, com seis gols marcados, e fora, leva uma vida que - pelo menos na cidade - ainda não está servindo para comentários maldosos.
No clássico de quarta-feira, contra o Corinthians, Edmundo marcou dois dos três gols santistas, que deram ao torcedor um gosto especial de gritar durante quase toda a partida o coro de olé, só substituído no final, quando o atacante foi o alvo do reconhecimento da exigente torcida. "Fui recebido de braços abertos na cidade e no grupo e isso é muito gratificante", comentou, em meio a mais uma de suas disputadas entrevistas.
Há um mês na Vila Belmiro, tem mantido bom relacionamento com os jornalistas, que anotaram até agora duas respostas mal-humoradas do jogador.
Embora diga que não cabe a ele a liderança dentro de campo, aos poucos vai assumindo essa responsabilidade, até mesmo pelo seu temperamento. Tem exigido o empenho de seus companheiros. "Sem vaidades pessoais, todos estão fazendo o que é melhor dentro de campo", comentou, depois da vitória no clássico. Afinal, como ele mesmo diz, "temos que saborear quando o time ganha e refletir sempre quando perde".
Edmundo acha que a equipe evoluiu muito no último clássico, principalmente com a entrada de Valdo no meio-de-campo. "Ele é um jogador que tem uma qualidade de passe e tem experiência, sabe jogar", comentou, salientando que "deu mais liberdade ao Renatinho e Robert e isso facilita pra gente". E lembrou: "Eu, particularmente, estou morto lá na frente, sem a ajuda do meio-campo e dos laterais".
Crítico, Edmundo sabe que fez uma boa partida, talvez a melhor com a camisa do Santos, mas ressalta: "espero que seja a primeira de muitas boas partidas, porque não adianta fazer um jogo excepcional e depois não estar bem".
TIME - Giba também gostou do desempenho do time no clássico contra o Corinthians e não pretende fazer alterações para o jogo de sábado, contra o Cruzeiro, na Vila Belmiro. Ele encontrou o meio-de-campo ideal com a entrada de Valdo, já que vinha anotando a dificuldade da equipe na saída de bola. "O time não perdeu a ofensividade e ganhou uma nova pegada no meio-de-campo", comentou o treinador. "Queria uma equipe equilibrada, sempre atenta para não errar, pois, se não houver erros, vamos obter as vitórias pela qualidade dos jogadores que nós temos".
Foi para que Rincón, Renatinho e Valdo ganhassem mais entrosamento que foram mantidos no time, esclareceu Giba, que foi vaiado ao tirar Robert para a entrada de Caio. "O Robert estava cansado e, com a partida definida, procurei manter o máximo para melhorar o entrosamento".