São Paulo - A crise no Guarani ganhou contornos inesperados, ontem à tarde, no Brinco de Ouro. As ameaças do presidente José Luiz Lourencetti de dispensar jogadores por falta de "amor à camisa" foram substituídas por palavras amenas, como paciência e tranqüilidade.
Nada vai acontecer pelo menos até a partida contra o América-MG, sábado, em Belo Horizonte. Para alguns jogadores será a última chance de mostrar disposição e evitar a rescisão de contrato.
“Vamos aguardar até segunda-feira”, disse o técnico Carlos Alberto Silva, principal defensor do elenco junto à diretoria.
Os dirigentes também evitaram comentar o assunto para não tumultuar ainda mais o ambiente no Brinco de Ouro. “Com a cabeça quente é difícil falar. Na maioria das vezes a gente fala com emoção de torcedor”, falou o presidente bugrino.
Apesar do esfriamento do caldeirão, alguns possíveis cortes parecem inevitáveis. Entre os jogadores que não estão agradando, estão o volante Capitão, o atacante Jaques e o zagueiro Marcelo Souza. Na terça-feira, a direção já havia rescindido o contrato do zagueiro Émerson, que não vinha sendo aproveitado. Outro que está encostado e deve sair é o atacante Mauro.
Independente da lista de dispensa, alguns jogadores mais jovens, como lateral Rafael e o zagueiro Edu Dracena serão acompanhados de perto, inclusive com atenção na parte psicológica.
A falta de calma tem sido apontada como principal motivo para a má campanha do time na Copa João Havelange. Em oito jogos, o Bugre empatou quatro vezes e perdeu outras quatro. Todas as derrotas aconteceram no Brinco de Ouro.
“Estou com o saco cheio. Se for para jogar isso aí, então colocamos o time de juniores em campo”, afirmou o presidente, logo após o jogo, de cabeça quente.
Na quinta-feira, mais calmo, ele adotou um discurso mais ameno, sem contudo perder o controle da situação. “O torcedor pode ter certeza de que a situação vai virar’, disse.