Sydney - A equipe de natação do Brasil não vai participar do desfile de abertura da Olimpíada de Sydney, marcada para o dia 15 de setembro. O chefe da equipe, Coaracy Nunes, diz que a solenidade, apesar de importante, seria muito desgastante para os atletas.
A decisão foi tomada em conjunto pelos técnicos e atletas. Ninguém, segundo Coaracy, achou que deveria participar. As provas de natação começam no dia seguinte ao desfile.
Coaracy lembra que o desfile toma cerca de 12 horas do dia de um atleta. Além de perder treino ou um período de repouso, é submetido a um esforço excessivo, que poderia ser evitado. "Se o desfile está marcado para começar às 5 da tarde, você é obrigado a chegar lá por volta do meio dia. Isso significa que você tem de ficar pronto às onze. Depois, espera uma eternidade para entrar e é obrigado a ficar lá até o final. Quando você volta para casa já é perto da meia noite. Isso é loucura", argumenta o dirigente. "Pergunta se algum nadador australiano ou americano vai participar do desfile?", acrescenta ele.
Gustavo Borges não vê nenhum problema em não desfilar. "Já estou na minha terceira Olimpíada e nunca participei de desfile. É muito desgastante. Pra gente, que vai competir no dia seguinte, não é nem um pouco recomendado", explica.
A jogadora Sandra, medalha de ouro no vôlei de praia, em Atlanta/96, disse que só vai desfilar por ter sido escolhida como porta-bandeira. "Em 96, a Jack (Jacqueline Silva, com quem fazia dupla) não me deixou desfilar. Depois eu vi que ela estava certa. É muito desgastante", resumiu.