São Paulo - Enquanto Michael Schumacher afirmava nesta quinta-feira em Mugello, na Itália, que merece ser campeão do mundo, as montadoras que investem na Fórmula 1, como Mercedes e Fiat, donas da McLaren e da Ferrari, se reunem nesta sexta-feira, em Paris, com um objetivo: definir uma estratégia para adquirir parte da holding que administra a Fórmula 1, a Slec.
"Venci sete das 15 corridas até agora realizadas e estabeleci sete pole positions também, dominei a temporada, por isso acho que mereço ficar com o título", disse Schumacher na pista de testes da Ferrari. "Só sofri um 'blecaute' no meio do campeonato porque tive três acidentes na largada", declarou.
Ele lidera o Mundial de Pilotos com 88 pontos, diante de 80 de Mika Hakkinen, da McLaren, que nesta quinta-feira completou 32 anos de idade.
Representantes de Mercedes, Fiat, Ford, Renault, Toyota se reunirão nesta sexta durante o Paris Motor Show para estudar uma forma de reivindicar a Bernie Ecclestone, dono de 50% da Slec, uma participação no negócio. O líder do grupo é Jurgen Hubbert, da DaimlerChrysler, dona da Mercedes.
Na Europa comenta-se que eles estão dispostos a investir mais de US$ 1 bilhão para tornarem-se sócios na Slec e terem mais força na gerência da Fórmula 1. "Desejamos planejar a competição em termos de longo prazo", afirmou ontem Hubbert.
A Slec foi criada este ano por Ecclestone. Ele é dono de 50% da holding. Os outros 50% são de propriedade de Thomas Haffa, da EM.TV, grupo alemão que adquiriu a cota do dirigente inglês por US$ 1,6 bilhão. As multinacionais Mercedes, dona da McLaren; Fiat, proprietária da Ferrari; Ford, dona da Jaguar e Renault, dona da Benetton - além da Toyota, que estreará com time próprio em 2002 - querem fazer parte da empresa que administra e decide tudo na Fórmula 1.
Atualmente elas não investem menos de US$ 200 milhões por temporada no Mundial. Há ainda as montadoras que não são proprietárias, mas fornecem motores para as escuderias e até as patrocinam, com a BMW com a Williams. "Nesta sexta nos reuniremos para defender interesses comuns", falou Hubbert. Ele não acredita que já nesse encontro saia uma proposta definida para ser encaminhada a Ecclestone. Na Inglaterra, o promotor da F-1 reconheceu hoje o movimento, mas afirmou: "Não há planos para comercializarmos a Slec."