Por Alexandre Mata Tortoriello
São Paulo – Desta vez, Michael Schumacher tem que agradecer o título aos principais rivais. O espírito esportivo de Ron Dennis, chefe da McLaren, que decidiu não dar prioridade a Mika Hakkinen ou David Coulthard na luta pelo título até que um deles não tivesse mais chances matemáticas de conquistar o campeonato, custou valiosos pontos ao finlandês campeão em 1999.
Somente depois do Grande Prêmio da Itália, quando o escocês não marcou pontos e caiu fora da disputa, a equipe anglo-alemã decidiu fazer jogo de equipe. Aí, já era tarde. Na corrida seguinte, nos Estados Unidos, a McLaren tentou fazer com que Coulthard segurasse Michael Schumacher nas primeiras voltas. O alemão, no entanto, deixou o piloto britânico para trás ainda no início da prova. Para azar ainda maior da McLaren, Hakkinen teve seu primeiro problema mecânico desde o Grande Prêmio do Brasil – segunda corrida da temproada - quando se aproximava do líder Schumacher e terminou a prova a pé.
Se tivesse seguido o exemplo da rival italiana e deixado claro que Hakkinen seria o piloto da McLaren que iria lutar pelo título, o finlandês poderia ter marcado oito pontos a mais e acumulado seis vitórias. A escuderia teve quatro dobradinhas este ano. Na Inglaterra e na França, Coulthard chegou na frente. Oito pontos era exatamente a diferença que separava Hakkinen de Schumacher quando eles chegaram ao Japão. Em 1999, a McLaren quase perdeu o mundial para Eddie Irvine (Ferrari) pelo mesmo motivo. Naquela ocasião, no entanto, a equipe inglesa reverteu a situação na última prova e Hakkinen foi campeão com dois pontos de vantagem.