Rio de Janeiro - O técnico interino da seleção brasileira, Candinho, deve mesmo dirigir a equipe no jogo com a Colômbia, dia 15 de novembro, pelas eliminatórias do Mundial de 2002. A partida será disputada em São Paulo e Candinho está disposto a atender ao pedido do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, para que permaneça no cargo até o anúncio oficial da nova comissão técnica. Candinho foi anunciado hoje como o novo técnico do Corinthians.
Fiel a Wanderley Luxemburgo, Candinho impôs-se na comissão técnica pela capacidade de atenuar pequenos conflitos internos, por seu constante bom humor e as observações sobre os adversários do Brasil. Ele manteve ótimo relacionamento com jogadores e imprensa durante os dois anos de trabalho na CBF e comandou o time duas vezes, num amistoso contra a Espanha (0 a 0), em Vigo, no ano passado, e no último domingo, na goleada do Brasil por 6 a 0 sobre a Venezuela, em Maracaibo.
Nas viagens da seleção, Candinho sempre serviu como confidente de Luxemburgo. Era ao ex-técnico da seleção, em conversas reservadas, que ele demonstrava sua aprovação ao desempenho e conduta de alguns atletas ou então manifestava a irritação por atos que considerava, no mínimo, equivocados.
Candinho não gostou, por exemplo, da reação de Cafu, após a última derrota do Brasil para o Paraguai, quando o lateral pediu dispensa para o jogo seguinte. Na oportunidade, criticou a atitude de Cafu e reiterou a Luxemburgo que o lateral cometera uma deslealdade. Depois, com o pedido de desculpas de Cafu, Candinho reviu sua posição e aceitou os argumentos do atual capitão da equipe.
Também ponderou que Ronaldinho Gaúcho não poderia ter se descuidado a ponto de se apresentar à seleção, para o jogo com o Equador, com peso acima do normal. Defendeu, no entanto, a presença do atacante do Grêmio na seleção, por considerá-lo um símbolo da nova geração de jogadores brasileiros. E se orgulhava de tê-lo indicado a Luxemburgo, após acompanhar Ronaldinho nas seleções sub-17 e sub-20.
Candinho sempre zelou pela disciplina na concentração da equipe, durante amistosos ou competições. Mas não cometia exageros e defendia a folga dos jogadores, com liberdade para passeios, longe do assédio dos repórteres. Assim como Valdir de Morais, Candinho ocupou até agora o cargo de consultor-técnico da seleção.