São Paulo - A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara Federal, que será instalada na terça-feira, não é um palco de espetáculos para os políticos e autoridades aparecerem, segundo o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), um dos principais articuladores para a abertura da comissão.
Rebelo destacou que a comissão, conhecida como CPI da Nike, deverá funcionar como um fórum de reuniões para os deputados detectarem os males do futebol brasileiro e apontarem as soluções para a reestruturação do esporte mais popular do país.
A duração da CPI, inicialmente, será de 120 dias, com possibilidade de prorrogação para até outros 90 dias. Rebelo, um dos membros da comissão, adiantou que não é intenção da CPI iniciar um período de "caça às bruxas" no futebol brasileiro. "Mas também não haverá limites nem censura nos trabalhos," completou.
O deputado acredita que este momento é um divisor de águas no futebol brasileiro. Para ele, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não deveria preocupar-se tanto com o lado financeiro. "Há um lado social que está sendo esquecido."
Sem tirar a responsabilidade do governo nesta questão, Rebelo citou que a CPI deverá alertar para a necessidade da construção de quadras esportivas nos conjuntos habitacionais e do incentivo ao futebol de várzea.
Para Rebelo, o contrato de patrocínio da empresa de material esportivo Nike com a CBF será apenas o primeiro passo nas investigações.
As falsificações de passaportes, desvio de verbas de clubes para paraísos fiscais e os casos de sonegação também estarão na pauta da CPI. Ele ressaltou a importância da troca de informações com a outra CPI do futebol, que será implantada no Senado. "Senão uma pode atropelar a outra," admitiu.