Porto Alegre - A reserva parece não servir mais para Paulo Nunes. Ontem, depois de ver esgotadas as chances de atuar entre os titulares no treino coletivo, o atacante deixou o campo sem dar maiores explicações.
Foi o início de uma crise às vésperas da partida decisiva contra o Atlético-MG, amanhã, no Mineirão.
Para quem assistia ao trabalho no gramado do Olímpico, ficou nítida sua inconformidade. O técnico Celso Roth, porém, tentou amenizar. Alegou que o jogador sentiu uma antiga lesão muscular e, por isso, abandonou o treino na metade.
O gesto de Roth ao ver Paulo Nunes já na pista atlética, cabeça baixa e passos determinados em direção ao vestiário, revelava a transgressão. O técnico estava reunido no centro do gramado com os titulares. Virou-se e abriu os braços para o preparador Paulo Paixão, querendo saber o que se passava. Paulo Nunes passou como um raio pelo médico Márcio Bolzoni. Fez apenas um rápido sinal com a mão espalmada para baixo.
Paulo Nunes pode até ter sentido uma lesão, como sustentou Roth, mas sua postura ao sair do estádio e as versões desencontradas dos médicos mostram o contrário. Para Bolzoni, ele teria sentido uma lesão na coxa. Fábio Krebs ponderou que se tratava de bursite, uma antiga lesão na nádega. Já Paulo Rabaldo, surpreso, garantiu desconhecer qualquer lesão. Depois de meia hora no vestiário, o atacante deixou o Olímpico rapidamente. Visivelmente irritado, pediu para não falar e arrancou sua flamante Cherokee em alta velocidade.
Paulo Nunes era o titular de Roth, mas perdeu a vaga para Warley contra o Fluminense. Voltou ao time contra o Guarani-SP. Acabou substituído e protestou. Ontem, começou nos reservas. Quando Fábio Baiano saiu e entrou Rodrigo Mendes, Paulo Nunes não se segurou.
A situação do atacante será examinada hoje. Sua presença na delegação que vai a Belo Horizonte é incerta.
”Se não for constatada a lesão, é evidente que não vamos permitir essa atitude – avisou o vice de futebol Antônio Vicente Martins.”