São Paulo - O atacante Dinei, do Corinthians, passou pelo mesmo problema do meia Lopes, do Palmeiras, quando atuava no Coritiba, em 96. Depois de um jogo contra o Juventude, em Curitiba, pelo Campeonato Brasileiro, ele foi sorteado para o exame antidoping e cedeu o material despreocupadamente, sem imaginar que o resultado apontaria o uso de cocaína.
Aconselhado pelo médico Marco Aurélio Cunha a assumir a verdade, Dinei confirmou no tribunal que era um usuário eventual da droga, mas que se submeteria a um tratamento num centro especializado. O discurso sincero e a forma determinada como Dinei se aplicou ao tratamento sensibilizaram os auditores do tribunal, que acabaram reduzindo a pena de um ano para quatro meses.
Na época de seu primeiro julgamento, Dinei admitiu que usou a droga e disse que fora induzido por um amigo numa festa, um dia antes da concentração.
"Cometi um grande erro e quase comprometi meu futuro como atleta e principalmente como homem", resumiu o jogador, na época.
Depois de vencer a droga, Dinei voltou a jogar e se transformou num dos principais colaboradores do Centro de Recuperação Coronel Édson Ferrarini, onde o atacante se tratou. Todas as terças e quintas-feiras, quando não há jogos ou viagens, faz palestras para outros dependentes.
"Acho que consegui transformar uma coisa ruim numa coisa boa", costuma dizer. "A sensação de poder ajudar alguém que você nunca viu é inexplicável. É um trabalho que pretendo continuar fazendo pelo resto de minha vida."