São Paulo - A marca da camisa que o técnico do São Paulo, Levir Culpi, usava no treinamento desta quinta-feira causou irritação na diretoria do clube e serviu para desgastar ainda mais a sua relação com os dirigentes. Levir trajava uma camisa da Topper, como faz com freqüência desde o Campeonato Paulista deste ano, quando o fornecedor oficial de material esportivo do clube é a concorrente Penalty.
Incomodado, o diretor de Futebol José Dias prometia ter uma conversa com o treinador. “Ele não pode usar esta camisa, tem de ser da Penalty”, esbravejou o diretor. “Ele deve ter se enganado”, continuou. “Vou alertá-lo para que isto não se repita,” encerrou o desabafo.
O técnico, no entanto, rebateu dizendo não ter nenhuma obrigação de usar a camisa do fornecedor oficial. “Não tenho nenhum contrato neste sentido.” Mas ele preferiu atribuir a um descuido o fato de estar com a camisa de outra marca. “O fornecedor não enviou o material completo e tive de usar esta camisa.” Ele ressaltou que sempre procura utilizar o material esportivo do clube.
Contrato – Para aumentar a tensão, o diretor José Dias também não garantiu a permanência de Levir Culpi em 2001. Indiretamente, ele condicionou a situação do técnico aos resultados da equipe na Copa João Havelange. O São Paulo está classificado para a segunda fase do torneio e enfrenta o Juventude, no domingo, em Caxias do Sul. “É cedo para pensarmos em renovação, vamos deixar este assunto para o fim da competição” observou.
As declarações contrastam com o desabafo do técnico, que pediu uma definição rápida de sua situação. Dias disse estar preocupado com esta pressa de Levir. “Neste momento, devemos estar com as atenções voltadas apenas para a competição.”
O diretor admitiu que há resistências a Levir dentro do clube. “Isto acontece em qualquer agremiação” disse. Segundo ele, cabe ao presidente e ao diretor de Futebol saber contornar as pressões.