São Paulo - Em véspera de clássico, jogador gosta mesmo é de ficar na sua, falando pouco e evitando discussões. Um diz que o outro é favorito e o outro responde que não, que favorito é o primeiro.
Beto não é assim. Gosta mesmo de confusão, de ver um jogo agitado. E mantém o que fala. Ontem, levou o nível da briga que tem mantido com o volante Magrão, do Palmeiras, a níveis baixos, comparáveis aos da última eleição municipal.
Ele começou por descaracterizar o seu rival. "Magrão? Olha, não conheço esse cara não. Joga onde? No Palmeiras? Ah, é um que está começando agora, não é?" Depois, explica o motivo da discussão. "Sou sincero e falei o que penso.
Nosso time é melhor do que o deles e se jogarmos com raça vamos ganhar o jogo. Ele não gostou e ficou reclamando. Não mudo nada do que falei."
E falou mais ainda. "A verdade é que esse moleque é encrenqueiro. No último jogo contra eles, quando ganhamos de 3 a 0, ele ficou ameaçando o Souza.
Encrenqueiro, não. É sujo mesmo. O Fernando é um cara que marca duro, mas é leal, o Magrão é sujo mesmo", diz Beto, antes de colocar um apelido no volante. "Ele é o cocozinho do Palmeiras."
O nível está baixo? Vai piorar. "Não tenho medo de jogador nenhum. Durante a partida, vou me encontrar com ele várias vezes. Se quiser jogar bola, eu jogo bola. Se quiser dar pancada, eu também sei dar."
Depois, Beto compara seu físico com o de Magrão. "Ele é uma vareta, um magrelão. Eu sou mais baixo, mas sou mais forte, troncudo. Não vai ser uma boa para ele", ameaça.
E, como se para firmar sua fama de valentão, Beto fala de sua origem. "Vim do Mato Grosso. Lá é que o jogo é violento. No Rio, joguei contra o Nelson.
Esse sim era violento. E nunca tive medo de ninguém. Não vai ser um Magrão que vai me importunar. Vamos ver no jogo como é que fica."
Liberdade de expressão - Levir Culpi, que não faz declarações bombásticas, não recriminou Beto. "Ele tem o direito de falar o que quiser, é uma liberdade dele. Não vou forçar ninguém a se calar."
E Rogério Ceni, repetindo o que milhares de pessoas já fizeram nos últimos `dois séculos', escalou o mesmo culpado de sempre. "Ele não falou essas coisas não. Os jornalistas é que forçam as coisas porque precisam de notícia ruim para vender jornal."