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Auxiliar peneira talentos para Bernardinho
Quinta-feira, 18 Janeiro de 2001, 01h21
Atualizada: Quinta-feira, 18 Janeiro de 2001, 01h28

Belo Horizonte - Câmera na mão, caneta e papel à tiracolo e olhos bem abertos. Chico dos Santos e Marco Aurélio Motta não são espectadores comuns, apesar de geralmente estarem anônimos em meio à torcida que acompanha a Superliga de Vôlei. A presença deles nos ginásios do país serve de ingrediente extra para jogadores mostrarem todo o seu talento. Afinal, o que está em jogo é uma vaga nas duas Seleções de vôlei de quadra do Brasil.

Chico dos Santos é o auxiliar técnico de Bernardinho, que saiu do comando da geração de bronze da Seleção feminina e agora assumiu o desafio de levantar a Seleção masculina, desacreditada após campanhas irregulares. Santos, ex-técnico do MRV/Minas, serve como “olho" de Bernardinho, que, por estar ainda ligado ao Rexona, equipe que disputa a Superliga Feminina, não pode acompanhar os jogos do masculino.

Se a intenção, no masculino, é renovar, sem abandonar os jogadores experientes que ainda tenham gás, no feminino a palavra de ordem é manter a base formada por Bernardinho. É o que garante o técnico Marco Aurélio Motta, que assumiu o cargo no dia 13 de dezembro. Ele esteve, na noite de terça-feira, no ginásio do Colégio Pio XII, para acompanhar a partida entre MRV/Minas e BCN/Osasco, vencida pelo time paulista por 3 a 2.

“Vamos buscar três ou quatro nomes do juvenil já pensando na substituição para as atletas que devem parar, como a Leila", afirma Motta. O treinador tem visto muito equilíbrio neste início de Superliga. “É uma das mais equilibradas dos últimos anos. As equipes estão perdendo muitas jogadoras importantes devido às contusões, o que torna o campeonato mais nivelado", observa o técnico, que é famoso por descobrir novos talentos.

Apesar do tempo afastado das quadras, dedicando-se ao vôlei de praia e outros projetos, Motta tem experiência de Seleção. Foi ele quem comandou a equipe que conquistou o primeiro título internacional do vôlei feminino, no Mundial Juvenil da Coréia, em 1987.

A principal preocupação do treinador é conseguir jogadoras para a posição 1, de levantadora. “Estamos com poucas opções de levantadoras no país. A Fernanda Venturini deixou a Seleção e a Fofão está com 30 anos", ressalta. A partir do momento em que forem sendo eliminadas equipes da Superliga, Marco Aurélio já pretende dar início à convocação. “Ao invés de ficarem paradas, as jogadoras já estarão treinando com a Seleção".

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