Rio - O vice de futebol do Botafogo, Antônio
Rodrigues, disse nesta quinta-feira que reconhece o direito dos jogadores de
não entrar em concentração para o jogo contra o Palmeiras, pelo Torneio
Rio-São Paulo. No entanto, o dirigente observou que a crise vivida no clube
não é exclusiva.
“A solução é profissionalizar os clubes, que são administrados
amadoristicamente, e o Botafogo não foge à regra. Assumimos o comando com
uma folha de pagamento em torno de R$ 1,5 milhão, o que inviabilizava a
gestão. Estamos, desde então, tomando medidas para redução de custos,
cortando os altos salários e aproveitando jogadores das divisões de base”,
disse.
Segundo Rodrigues, não há como detectar a origem da crise, agravada
com o atraso de três meses de salários de jogadores e funcionários. O
presidente Mauro Ney Palmeiro, e o presidente do Conselho Deliberativo,
Carlos Augusto Montenegro, estão conversando com empresários para levantar
recursos. O vice de futebol acha que até a próxima quarta-feira o clube terá
dinheiro para pagar pelo menos dois meses dos atrasados. Antônio Rodrigues
fez questão de destacar que não acredita em corpo mole por parte dos
jogadores, embora tenha admitido que seja normal um desânimo coletivo a essa
altura.
“Só lamento o tratamento que a imprensa dá ao caso, se tratando
do Botafogo. Vasco e Flamengo passam pela mesma situação, e pouco falam
sobre o assunto”, disse.
Para Antônio Rodrigues, a ameaça do fim do passe, conforme manda a
Lei Pelé, está afastando os investidores e colaborando para a crise no
futebol. A folha atual do Botafogo é de R$ 900 mil, e a intenção é reduzí-la
ainda mais. Assim, a tendência é investir apenas em esportes lucrativos,
como o futebol e o basquete.
“Atualmente, não temos outra fonte de renda além da televisão.
Ninguém quer arriscar investir no futebol sem que haja retorno, e com a Lei
Pelé, é este o risco”, completou.