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Marcelo Djian é apenas um exemplo de ‘vira-casaca’ no futebol mineiro
Segunda-feira, 09 Julho de 2001, 00h03
Atualizada: Segunda-feira, 09 Julho de 2001, 00h04

Belo Horizonte - A transferência do zagueiro Marcelo Djian do Cruzeiro para o Atlético-MG ressuscita velha polêmica. Até que ponto a rivalidade entre os dois maiores clubes mineiros exerce influência decisiva sobre os jogadores? Pelo histórico dos últimos anos parece que pouca ou nenhuma. Basta dar uma olhada para trás e constatar que alguns dos principais jogadores do Atlético dos anos 70 e 80 defenderam, mais tarde, o rival Cruzeiro: Cerezo, Luisinho, Éder e até o ídolo alvinegro, o genial Reinaldo _ que disputou dois jogos com a camisa celeste do Cruzeiro, contra Bahia e Rio Branco.

Djian defendeu o Cruzeiro de 1998 a 2001 e teve agora seu contrato rescindido pela direção cruzeirense, mesmo sabendo do interesse do Atlético em sua contratação. O jogador já está em Monte Sião integrado ao grupo alvinegro, sob o comando de Levir Culpi.

Por isso, a rivalidade entre as torcidas e os dirigentes nem sempre toca fundo ao coração dos ídolos. De parte também de alguns ídolos do Cruzeiro o mesmo se verifica. Casos do ex-lateral-direito Nelinho que, saído do Cruzeiro, transferiu-se para o Atlético, onde atuou por cinco anos com a mesma competência e categoria dos tempos da Toca da Raposa. O atacante Palhinha, que comemorava seus gols nos clássicos mostrando a camisa celeste, também defendeu o Atlético nos anos 80.

Crucificados

Mas a polêmica não se encerra assim. Que o diga o goleiro Hélio, que, nos anos 60 era um dos destaques do Galo, mas transformou-se da noite para o dia em vilão da torcida alvinegra. Tudo porque, num clássico com o Cruzeiro, ao sofrer um gol, teve um tique nervoso, contraindo involuntariamente o músculo do rosto, dando a impressão de riso. Foi crucificado pelos torcedores do Atlético tendo, depois, defendido o Cruzeiro, ficando na reserva de Raul.

Outra história conturbarda foi a do lateral-direito Paulo Roberto. Ele jogou no Cruzeiro no início dos anos 90, quando ajudou o time na conquista da Copa do Brasil de 1993 e da Supercopa. Quando foi contratado pelo Atlético teria dito que os jogadores do Cruzeiro tremiam nos clássicos. No primeiro jogo contra o eles, porém, acabou amargando uma derrota: 2 a 0. Pela suposta bravata, vive antagonicamente na memória de atleticanos e cruzeirenses.

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