Rio - Ironias, intimidações e perguntas comprometedoras vão marcar o depoimento que o presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, vai conceder nesta quinta-feira às 10h na CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro. Desde que os trabalhos da Comissão começaram ainda não se viu os senadores tão empolgados com um depoimento como o de Edmundo.
Na verdade, os senadores não engoliram o fato de Edmundo ter tentado conseguir uma liminar para não assinar o termo de compromisso de dizer a verdade durante o depoimento e não responder a perguntas sobre as contas do Flamengo em 2000, que ainda não foram aprovadas e estão causando uma série de batalhas judiciais. Mas se não alcançou seu objetivo, Edmundo conseguiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Sidnei Sanchez, o direito de não responder questionamentos que possam incriminá-lo.
“O que ele conseguiu, que é o direito de não produzir provas contra si mesmo, a Constituição já lhe assegurava. Ninguém da CPI tentou cassar esta liminar por isso. Lamentável que um presidente de grande clube queira estar garantido pela lei para não dizer a verdade. Desse jeito, só polindo as algemas”, afirmou um dos senadores.
Assim que o depoimento de Edmundo começar a primeira pergunta que ele terá que responder será para explicar o porquê de ter impetrado esta liminar, buscando obstruir os trabalhos da CPI.
Por sua vez, Edmundo Santos Silva já explicou o porquê de ter impetrado esta liminar. “Estou disposto a colaborar com a CPI, mas só vou responder aquilo que interessar a CPI e não prejudicar o Flamengo”, afirmou Edmundo.
Já os senadores rebatem, alegando que Edmundo não entendeu bem a própria liminar que conseguiu. “Ele não deve ter lido a liminar. Ele não vem a Brasília debater com o bando de idiotas. Se ele pensa que só vai responder o que quiser está bem enganado. Não cabe a ele decidir o que interessa a CPI”, afirmou um senador.