Rio - O presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, prestou depoimento nesta terça-feira na CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, e foi mais um depoente que deixou Brasília em situação complicada. O dirigente não conseguiu esclarecer as dúvidas dos senadores, que pressionaram o máximo que puderam o presidente rubro-negro.
No início do depoimento Edmundo teve que ver trechos sobre a primeira vez que compareceu à Comissão, em agosto. Na ocasião ele disse que o clube não tinha contas no exterior. Mas ao entregar aos senadores relatório da auditoria feita no clube pela empresa Delloit, o dirigente acabou caindo em contradição. Neste relatório constava uma conta nas Ilhas Caymã, encerrada em 1999 com o valor de R$ 908 mil. Esta conta foi aberta na gestão de Antônio Augusto Dunshee de Abranches, no início da década de 80, e movimentada pelas sucessivas diretorias do clube até o seu fechamento, sem ser registrada no Banco Central e nem citada pela contabilidade do clube.
Perguntado sobre o que fez com os R$ 908 mil que estavam na conta do Flamengo, Edmundo afirmou que o dinheiro foi aplicado em melhorias no clube, mas não soube discriminar quais eram estas melhorias. Em sua defesa, Edmundo apenas se limitou a dizer que sua gestão preza pela transparência, tendo contratado uma auditoria externa para analisar a contabilidade do clube. O dirigente lembrou ainda que todas as suas contas foram aprovadas pelo conselho fiscal do clube.