Rio - O desempenho do técnico Luiz Felipe Scolari, pelo menos contra a Bolívia, desagradou ao presidente-interino da CBF, Alfredo Nunes, que criticou severamente a permanência do atacante Rivaldo em campo. Alfredo Nunes disse que faltou coragem ao técnico da Seleção para barrar o jogador do Barcelona.
“O que eu vi em La Paz foi uma coisa irreconhecível. Um treinador que não tem coragem de substituir o jogador Rivaldo só podia dar no que deu”, disparou.
O dirigente se mostra tão insatisfeito a ponto de nem mesmo confirmar a manutenção de Felipão no cargo para a disputa da Copa do Mundo. “Estamos no período de classificação e sou o presidente-interino”, disse, reticente.
Antes mesmo de ter o trabalho criticado por Alfredo Nunes, Felipão, dando mostras de desgaste com dirigentes da CBF, atacou a entidade que, segundo ele, agiu passivamente no caso da liberação de Élber, do Bayern de Munique, da Alemanha. “Se a Fifa deixa os clubes europeus liberarem jogadores a 40 horas de um jogo classificatório, o que posso fazer? Sou funcionário da CBF e existem vários degraus acima de um técnico”, disse.
Embora a vitória sobre a modesta Venezuela, em São Luís, na quarta-feira, seja capaz de minimizar a falta de sintonia, Felipão surpreende ao pensar em repescagem para classificar à Copa do Mundo – pegaria a Austrália, representante da Oceania. “Temos de fazer todo tipo de planejamento, prevendo as possibilidades”, argumentou.
Felipão, no entanto, demonstra mais preocupação com a pressão da torcida do que com o adversário. “Pretendo conversar com todo o grupo. Existe o problema da ansiedade”, comentou o treinador brasileiro.